O sprey de “pimenta” bipolar replicado por internautas

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O sprey de “pimenta” bipolar replicado por internautas. O sprey de “pimenta” bipolar “corja da direta versus corja da esquerda” vem sendo aplicado, maciçamente, nas pessoas do povo, pela casta portuga-descendente e seus aliados eugenistas, através da sua grande mídia ditatorial, modelo globo de vandalismo cultural. Além desse modo maciço da referida aliança aplicar o sprey bipolar, este vem sendo replicado, escalonadamente, nas redes sociais, por determinados internautas. Os quais concentram, exclusiva e sistematicamente, suas abordagens, seja criticando os integrantes da corja de esquerda, seja fazendo defesa dos integrantes da corja de direita. Outros internautas fazem, precisamente, o oposto disto.

Alguns dos que procedem dos dois modos anteriormente indicados, entretanto, fazem-no de modo maquiavélico e sutil. Estes são “profissionais”, mas pagos por quem? Profissionais infiltrados nas redes sociais, que assim procedendo, certamente recebem, direta ou indiretamente e decorrentes dos acessos às suas postagens, alguns tipos de vantagens pessoais, que não são explicitadas. Por outro aspecto, eles exaltam a corruptocracia.

Outros dos que procedem dos dois modos indicados acima, fazem-no singela e espontaneamente, posto que não conseguem entender a realidade nacional, além da forma como a bitola do bem e do mal lhes permite. Bitola que a sacro-santa aliança elabora e divulga, maciçamente, através da sua mídia modelo globo de vandalismo cultural, e assim a inculca no entendimento dos indivíduos da população.

Como é difícil distinguirmos entre o replicante singelo e espontâneo, e, o replicante “profissional” maquiavélico, então, nós precisamos ter cautela contra ambos, para não assimilarmos deles, a bitola do bem e do mal, que replicam.

Felizmente, as redes sociais vêm sendo arejadas, pelos muitos internautas que se negam a assimilar a bitola do bem e do mal, conforme suas postagens deixam evidentes, e assim nos fornecem informações preciosas. Internautas cujas perspectivas de síntese compreendem, além do bem e do mal, a profunda crise em que se encontra a realidade nacional. Crise que vem se aprofundando, mais e mais, e assim afetando todas as esferas da vida nacional. Crise que se encontra inserida, irrecusavelmente, no contexto internacional em profunda depressão econômica.

A noção e respectiva estratégia ideológica do tipo de dualismo, antinomia ou bipolarização rotulado “bem versus mal” é antiga. Os hebreus a chamavam “árvore (ideólogo) da ciência do bem e do mal” (cf. Gn 2, 9), que é empregado por ideólogos, como meio de confundir, alienar e submeter, ideologicamente, as pessoas, para explorá-las.[1] Pois, o indivíduo que assimila a bitola da antinomia “bem versus mal”, assim fica preso nessa ilusão ou “cadeia”. O Mestre se referiu abundantemente a essa estratégia (pelo fruto se conhece a árvore, ou coisa que o valha (cf. Mt, 3, 10; 12, 33). Nietzsche retomou esse tema, sem explicitar que se referia a ele, e o focalizou, no livro que leva o título “Além do bem e do Mal”:[2]

“A crença medular dos metafísicos é a crença na antinomia dos valores. Nem aos mais avisados entre eles ocorreram dúvidas desde o início, quando teria sido mais necessário: ainda que tivesse feito voto ‘de onnibus dubitantum’ [“tudo deve ser posta em dúvida”]. Entretanto deve-se duvidar, imediatamente, da existência de antinomias; depois dever-se-ia perguntar se as valorações e as oposições de valores usuais às quais os metafísicos apuseram seu sinete, não são apenas valorações superficiais, perspectivas momentâneas, tomadas a partir de um ângulo determinado, perspectivas de peixe, no faizão dos pintores”.

É essa estratégia que vem sendo utilizada pela casta portuga-descendente e seus aliados eugenistas, através do conjunto das elites políticas corruptas, e transmitida pela mídia modelo globo de vandalismo cultural, como meio de controle social, de mobilização da opinião pública.

A estratégia ideológica do dualismo apontada acima, na realidade vem sendo replicada por muitos internautas, sem se aperceberem disto. Pois, cada qual assume um lado (partidarismo), seja o lado do “Bem” (corja da direita ou corja da esquerda conforme a perspectiva estrita de um observador determinado), seja o lado do “mal” (corja de esquerda ou corja de direita, conforme a perspectiva também estrita de outro observador determinado. Na verdade, ambos os lados são constituídos de grupos de corruptos, cada observador e se posiciona, entretanto, versus o outro, que age no sentido reciprocamente contrário. Ambos agem conforme as respectivas perspectivas, segundo as biografias de vida e de entendimento. Eu empreguei a imagem do “sprey bipolar, para melhor entendimento”.

A estratégia da bipolarização é muito eficaz e se adéqua ao modo básico do indivíduo pensar. Posto que o indivíduo tende a pensar por pares de opostos. Quanto mais fragilizado, egocêntrico e egotista for o indivíduo, mais ele se conduz, arraigadamente, segundo tal estrutura psíquica inconsciente. Em razão disto, o indivíduo tende a apresentar o modo de pensar, imaginar e representar segundo a lógica binária, isto é, através de pares de oposto e das correlações, das exclusões e das inclusões, das compatibilidades e das incompatibilidades:[3]

No sentido acima indicado, Lévi-Strauss esclarece alguns aspectos, cita e comenta Radcliffe-Brown:[4]

“A concepção australiana do que designamos aqui pelo termo ‘oposição’ é uma aplicação particular da associação por contrariedade que é um traço universal do pensamento humano e que nos incita a pensar por meio de pares de contrários: alto e baixo, forte e fraco, preto e branco. Mas a noção australiana de oposição combina a idéia de um par de contrários e a de um par de adversários”.

Lévi-Strauss comenta a respeito de Radcliffe-Brown:

“(…) O associacionismo teve o grande mérito de delinear os contornos desta lógica que é como o menor denominador comum de todo pensamento, e faltou apenas conhecer que se tratava aí de uma lógica original, expressão direta da estrutura do espírito (e atrás do espírito e talvez do celebro) e não de um produto passivo da ação do meio sobre uma consciência amorfa. Mas, contrariamente ao que Radcliffe-Brown ainda se inclinava a crer, é esta lógica das oposições e das correlações, das exclusões e das inclusões, das compatibilidades e das incompatibilidades, que explica as leis da associação, não o contrário: um associacionismo renovado deveria ser fundado sobre um sistema de operações que teria analogia com a álgebra de Boole. Como as próprias conclusões de Radcliffe-Brown o mostram, sua análise dos fatos australianos o conduz para além de uma simples generalização etnográfica: até às leis da linguagem e mesmo do pensamento”.

Todo ideólogo sagaz a conhece, ao menos intuitivamente, a tendência do indivíduo pensar por pares de opostos, seja um feiticeiro numa sociedade exótica ou simples totemicamente articulada e assim mobilizada, seja numa sociedade complexa.[5] A estrutura psíquica do indivíduo é de tal modo, que ele tende a afirmar sua identidade, na medida em que nega a do outro, e vice-versa. Isto ocorre independente do tema abordado. E, mesmo que os dois aspectos focalizados sejam distintos, mas que correspondam às faces distintas da mesma realidade existente em questão. Múltiplos indivíduos inseridos numa mesma “assembléia”, e discutindo o mesmo tema, no decorrer da discussão tendem a se polarizarem, formando dois grandes blocos e possivelmente outros menores. É desse modo que se formam pares opostos e complementares, ou relações totêmicas tipo: “esquerda versus direita”; “capitalismo versus comunismo”; “católicos versus protestantes”; “fariseus versus saduceus”; “corpo versus alma”; “dois grandes partidos político ou religiosos ou torcidas de futebol em uma mesma nação”, etc.

[1] Cf. Árvore da vida versus árvore da ciência do bem e do mal, na moldagem da erva: http://tribodossantos.com.br/2015/03/arvore-da-vida-versus-arvore-da-ciencia-do-bem-e-do-mal-na-moldagem-da-erva/

[2] Cf. Nietzsche, Friedrich Wilhelm. Além do Bem e do Mal ou Prelúdio de uma Filosofia do futuro. Original publicado em 1886. Tradução de Márcio Pugliese, Editora Hemus, São Paulo, p. 18: “A crença medular dos metafísicos é a crença na antinomia dos valores. Nem aos mais avisados entre eles ocorreram dúvidas desde o início, quando teria sido mais necessário: ainda que tivesse feito voto ‘de onnibus dubitantum’ [“tudo deve ser posta em dúvida”]. Entretanto deve-se duvidar, imediatamente, da existência de antinomias; depois dever-se-ia perguntar se as valorações e as oposições de valores usuais às quais os metafísicos apuseram seu sinete, não são apenas valorações superficiais, perspectivas momentâneas, tomadas a partir de um ângulo determinado, perspectivas de peixe, no faizão dos pintores”.

[3] Cf. A malícia do Anticristo: elaborar tipologia dualista e inculcá-la no inconsciente psíquico do indivíduo: http://www.tribodossantos.blogspot.com.br/#!http://tribodossantos.blogspot.com/2012/11/a-malicia-do-anticristo-elaborar.html

[4] Cf. Lévi-Strauss, C. Totemismo Hoje, p. 94-95, onde ele cita e comenta Radcliffe-Brown.

[5] Cf. Totemismo na sociedade complexa: http://www.tribodossantos.blogspot.com.br/#!http://tribodossantos.blogspot.com/2012/12/totemismo-na-sociedade-complexa.html