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A fera e seus vários sentidos: as sete cabeças da Besta Mercado, o Dragão e a prostituta
Olá a todos, quero esclarecer que a live do tema intitulado “Jesus decifrou livro o selado com sete selos”, que apresentei no do dia dia 21/agosto/25, na verdade, é apenas a 1ª parte desse tema. A live apresentada em 22/agosto/25 é a 2ª parte desse mesmo tema, em que aprofundei na exposição da análise do Grande Mercado tanto pré como pós-diluviano.
Na live intitulada “A fera e seus vários sentidos: as sete cabeças expansivas do Grande Mercado, o Dragão e a prostituta”, que apresentei em 24/agosto/25, expliquei resumidamente os respectivos significados apresentados no livro Apocalipse, relativos aos simbolismos abaixo indicados:
“Grande Dragão” (sistema feudal). O Anjo de Jesus empregou essa expressão, para se referir a 1ª parte da 7ª escala expansiva nomeada Matusalém do Grande Mercado pós-diluviano. Cuja 2ª parte da “7ª cabeçada fera que sobe do mar” ou da “7ª escala expansiva” desse Grande Mercado consistiu na grande rede global de mercados macrorregionais Lamec III pós-diluviano. O qual se desenvolveu, precisamente, por meio do processo de complexidade e de expansão do modelo de formação social feudal. Enfim, Matusalém-Lamec II consistem em uma mesma escala expansiva do Grande Mercado, a sétima e última. O Anjo de Jesus diz que o conjunto dessas sete cabeças ‒ o Grande Mercado pós-diluviano ‒ pode ser considerado uma oitava fera, todavia, é a unidade dos sete, e caminha para a perdição:
“Quanto à fera que era e já não é (o Grande Mercado pré-diluviano), ela mesma é um oitavo. Todavia é um dos sete, e caminha para a perdição” (cf. Ap 17, 11). Falarei mais sobre isto em outra oportunidade.
Enfim, o Grande Dragão simboliza o modelo de formação social feudal, em que se enfatiza o fato deste modelo de formação social se encontrar sob a hegemonia do clero seguidor do paulinismo católico-ortodoxo, que se desenvolveu na Europa em decorrência da fragmentação da 6ª escala expansiva nomeada “Henoc II” (o Império Romano).
“Fera que sobe do mar”, a “1ª fera” a ser descrita pelo Anjo de Jesus, ou seja, a grande rede global de marcados macrorregionais Lamec III do Grande Mercado pós-diluviano. 1ª fera essa que se desenvolveu por meio do processo de complexidade e de expansão do modelo feudal. Em outros termos, o Grande Dragão transmitiu o seu poder hegemônico, para a grande rede global de marcados macrorregionais Lamec III, isto é, a “1ª fera”.
“Fera que sobe da terra e tem dois chifres”, a 2ª fera a ser descrita pelo Anjo de Jesus no texto em tela, emerge da “terra” (relações sociais de produção material), e representa o início da Revolução Industrial. Cuja gênese foi favorecida, por um lado, por meio do volumoso capital comercial e, por outro, pelo desenvolvimento técnico. Ambos propiciados previamente pela grande rede global de mercados macrorregionais Lamec III pós-diluviana.
Um dos chifres da fera que sobe da terra representa o capital privado e a respectiva burguesia, que detêm os meios de produção, inclusive as forças de trabalho assalariadas ‒ a base do sistema capitalista de produção ‒, dominando e explorando os segmentos trabalhadores. O outro chifre representa o corpo burocrático do estado, que também detém os meios de produção, inclusive as forças de trabalho assalariadas ‒ a base do sistema capitalista de produção ‒, e igualmente dominando e explorando os segmentos trabalhadores. Em cada Estado-nação, esses dois “chifres” ou grupos se apresentam mais ou menos mesclados, Todavia, no período do “mundo bipolar”, a divisão desses “dois chifres” ficou mais explícita, em que, de um lado (auge do sistema capitalista dominado pela burguesia no Ocidente) e, do outro, (auge do sistema capitalista dominado pelo corpo burocrático do estado, na União Soviética), que rotulavam erroneamente de “comunismo”.
“Imagem da 1ª fera”. O Anjo de Jesus chamou a 3ª fera de “imagem da 1ª fera”. Ou seja, ele respaldou o profeta Daniel. O qual analisou e registrou o desenvolvimento da Abominação da Desolação, que já havia notado no seu contexto geopolítico. Isto é, a 5ª escala expansiva nomeada Jared, do Grande Mercado pós-diluviano, que correspondeu ao Império Macedônico. Pois, Daniel também previu, antes de Jesus, que o perverso modelo de sistema monetário e financeiro desenvolvido e gerado pelos reis macedônicos, voltaria a acontece de modo ainda mais perverso, na passagem da escala Lamec III, quando já em decadência, para a etapa Noé de destruição tanto de Lamec III como do Grande Mercado pós-diluviano. Todavia, o grande capital gerado no processo de produção industrial foi logo abocanhado pelos donos do sistema monetário e financeiro, conforme o historiador chamado Burns ensina.[1] Enfim, a Revolução Industrial que tem a propriedade de gerar volumoso capital, assim, viabilizou ao desenvolvimento da 3ª fera: a “imagem da besta”, que consiste no sistema monetário e financeiro unificado e globalizado sob a hegemonia do dólar.
Notem que, o Anjo de Jesus focalizou o tema acima indicado, que tem referência com a passagem da escala Matusalém (sistema feudal) para a escala Lamec III (grande rede global de mercados macrorregionais do G.de Mercado pós-diluviano de que já falei). O qual hoje já entrou em processo de fragmentação tripartite (EUA, Rússia e China). A besta de 7 cabeças simboliza as 7 escalas expansivas do G.de Merc. Pós-diluviano.
Não vou abordar aqui o significado dos 7 chifres. Posso adiantar que se trata da média de 10 estados, que na passagem de uma escala para a seguinte, então, disputam entre si a hegemonia sobre a escala nascente. O livro Daniel foi escrito nos anos 167 a 164 a.C, o seu autor era grande analista do seu contexto geopolítico, a passagem da 5ª escala expansiva, Jared (Império Macedônico em decadência) para a 6ª escala, Henoc (Império Romano em ascensão). O Anjo de Jesus aproveitou essa e outras análises feitas pelo autor do livro Daniel.
Vou ler a aula de hoje. Antes, porém, é imprescindível considerar, que o Jesus histórico houvera decifrado o “livro selado com sete selos” (cf. Ap 5, 1). Isto é, o trecho do livro Gênese, em que consta a “primeira parte” da teoria dos “sete dias da criação” (cf. Gn 1, 1-31; 2, 1-4), que chamo de Sistematização Teórica, e que está codificada por meio de hermética alegoria cósmica. Mais a “segunda parte” dessa mesma teoria (cf. Gn 2, 4-b-25; 3, 1-24; 4, 1-26; 5, 1-32), que chamo de Verificação Empírica. Na qual consta o “livro da história da família de Adão”. Isto é, consta cifrado por meio de hermética alegoria genealógica, uma teoria sócio-histórica em muito longa duração, que foi abstraída da realidade sócio-histórica do Antigo Egito. Essas duas partes foram elaboradas originalmente por historiadores naturais do Antigo Egito. Em outra oportunidade vou explicar a respeito dessas duas partes da Teoria da História em longa duração, que está exposta no livro Gênese.
No Apocalipse, o Anjo de Jesus atribui a um dos vinte e quatro anciãos, a tarefa de informar ao João Evangelista, o fato de que o Jesus histórico tinha decodificado o “livro selado com sete selos”, obviamente antes de ter sido crucificado. Vamos a esse texto:
“Eu vi também, na mão direita do que estava assentado no trono, um livro escrito por dentro e por fora, selado com sete selos… Eu (João Evangelista) chorava muito, porque ninguém fora achado digno de abrir o livro e examiná-lo. Então um dos anciãos me falou: ‘Não chores! O Leão da tribo de Judá, o descendente de Davi, achou meio de abrir o livro e os sete selos” (Ap 5, 1, 4-5).
Na segunda parte do “livro selado com sete selos” consta importante teoria abstraída da sócio-história em muito longa duração do Antigo Egito, que está registrada através de hermética alegoria genealógica: “o livro da história da família de Adão”. Essa teoria focaliza por meio de alegoria genealógica “as sete etapas de expansão do Grande Mercado, que se desenvolveu no Egito pré-diluviano”:
Set (I Dinastia); Enos (II Dinastia); Cainan (III Dinastia); Malaleel (IV Dinastia); Jared (V Dinastia); Henoc II (VI Dinastia e a emergência do Escolhido do Criador, que foi o segundo Osíris histórico); Matusalém (1º Período Intermediário ou modelo feudal de formação social egípcia); Lamec III (Médio Império e respectiva XII Dinastia e, também, o poderoso mercado macrorregional dessa dinastia articulado aos seis outros grandes mercados macrorregionais circunvizinhos, articulação essa que conformou a 1ª grande rede global de mercados macrorregional também nomeada Lamec III); Noé (2º Período Intermediário: graves e irreversíveis crises socioeconômicas e políticas da grande rede global de mercados macrorregionais Lamec III, mais o “processo de fragmentação tripartite”, novo “dilúvio” e a emergência do escolhido do Criador, que consistiu, certamente, no legendário Melquisedec).
Vamos ao Grande Mercado pós-diluviano. Vimos que no sentido da expansão de natureza sincrônica e diacrônica, abaixo da escala Enos está anotado “Império Assírio”; abaixo da escala Cainan consta “Império Babilônico caldeu”; abaixo de Malaleel está escrito “Império Persa”; abaixo de Jared está anotado “Império Macedônico”; abaixo de Henoc II consta “Império Romano”, e também “Jesus emerge” (neste contexto geopolítico na Palestina); abaixo de Matusalém está escrito “modelo feudal de formação social na Europa”; abaixo de Lamec III consta “grande rede global de mercados macrorregionais”; abaixo de Noé consta fragmentação tripartite (EUA e seu bloco, Rússia e seu bloco e China e seu bloco) da grande rede global de mercados macrorregionais Lamec III, mais o novo “dilúvio” e a volta de Jesus, o Escolhido do Criador.
É oportuno observar, para evitar confusão, que a Bíblia Ave Maria emprega a figura “fera” e, por outro, que a Bíblia de Jerusalém e outras empregam a figura “Besta“, para nomear o mesmo “animal”: a grande instituição coletiva do Grande Mercado pós-diluviano. Aqui, vou empregar uma ou outra dessas duas figuras no mesmo sentido.
A coisa complica mais, pois o Anjo de Jesus emprega o signo “fera” (o mercado) indistintamente, ora se referindo ao processo geral das “sete cabeças” (sete etapas de expansão) do Grande Mercado pós-diluviano, ora se referindo à grande rede global de mercados macrorregionais Lamec III pós-diluviana, ou se referindo simultaneamente a ambos. Somente a análise do contexto permite discernir o sentido mais específico do termo “fera”. Isto é o que vou fazer aqui, assim, nos vídeos futuros, poderei focalizar com mais precisão, textos em que o signo “fera” apareça.
Conforme o contexto em que o signo FERA apareça, ele pode designar, entretanto, mais especificamente, a grande rede global de mercados macrorregionais Lamec (III) pós-diluviano. Por exemplo, quando o Mestre lhe atribui período determinado para a sua vigência, e ações perversas a serem praticadas por ela nesse período:
“E prostraram-se igualmente diante da fera, dizendo: ‘Quem é semelhante à fera, e quem poderá lutar com ela?’ (…) e foi-lhe dado o poder de agir por quarenta e dois meses” (Ap 13, 4-b-7).
Vejam o signo FERA nomeado de “primeira fera“, ainda designando especificamente a grande rede global de mercados macrorregionais Lamec (III) pós-diluviano, para distingui-la de “outra fera”, ou seja, a “segunda fera“, a qual “sobe da terra”. O signo “terra” representa “relações sociais de produção”, que neste caso se trata de produção capitalista. O que “sobe” (é gerado) nessa “terra”, na realidade consiste, portanto, do processo de produção capitalista global. O qual “existe sob a vigilância da 1ª fera. Em outros termos, o processo de produção capitalista global é voltado, necessariamente, para a referida grande rede global de mercado, tanto em relação a sua produção, demanda como em relação ao estímulo de novos modelos, enfim, em relação a sua existência. Vamos ao texto:
“Vi, então, ‘outra fera’ (segunda fera) subir da terra… Ela exercia todo o poder da primeira fera, sob a vigilância desta, e fez com que a terra e os seus habitantes adorassem a primeira fera (cuja ferida de morte havia sido curada)” (Ap 13, 11-a, 12).
O signo FERA pode designar, mais especificamente, tanto a grande rede global de mercados macrorregionais “Lamec” (III) pós-diluviano (a “1ª fera”) como o total das sete escalas expansivas do Grande Mercado pós-diluviano.
Ele pode considerar a fera como o Grande Mercado, notadamente quando atribui “sete cabeças” à referida “fera” (e dez chifres em cada cabeça, coisa que explicarei posteriormente). Pois, sete cabeças consistem na representação simbólica da totalidade das sete escalas de expansão comercial, que compõem o Grande Mercado, quando considerarmos Matusalém-Lamec como uma mesma e sétima escala dessa “fera de sete cabeças”. Vejamos o texto pertinente:
“Vi então uma fera que subiu do mar. Tinha dez chifres e sete cabeças” (Ap 13, 1-a).
Pode-se considerar, simultaneamente, a fera como também a grande rede global de mercados macrorregionais “Lamec III”, quando o Mestre lhe acrescenta mais aspecto sócio-histórico específico. No caso, a passagem da Idade Medieval (Matusalém: o Dragão) e respectivo modelo feudal de formação social, para a Idade Moderna e respectiva grande rede global de mercados macrorregionais Lamec (III). Isto é, a primeira fera, a que subiu do “mar”, e que tinha sete cabeças (Grande Mercado), por exemplo:
“E o Dragão ‘lhe’ (referindo-se a 1ª fera) entregou seu poder, seu trono e grande autoridade” (Ap 13, 2-b).
A “meretriz” (classe média) sobre as “águas” e as sete cabeças da fera, isto é, do Gde. Merc. Pós-diluviano.
O signo “fera” pode designar, mais especificamente, o processo geral das sete “cabeças” (sete escalas expansivas) do Grande Mercado pós-diluviano. Notadamente quando além de atribui “sete cabeças” à referida “fera”, e dez “chifres” (para cada uma das sete “cabeças” ou escalas expansivas), o Anjo de Jesus acrescenta mais aspectos estruturais sócio-históricos passados e/ou que permeiam a sócio-história do Grande Mercado em muito longa duração. Por exemplo: a “mulher meretriz ou prostituta” concebida como os segmentos de intelectuais elitistas que se posicionam nas classes médias, enfim, os blocos ideológicos das nações.[2] Os quais se desenvolvem de modo mais delineado em todas as sociedades complexas, e ocupam os seus estratos superiores nas suas “diversas dimensões concêntricas” (tribo, nação, povos e respectivas línguas). O Anjo de Jesus representa metaforicamente esses povos, na figura das “águas” [NOTA: é como o “Nun” ou “águas primitivas” dos teólogos do Antigo Egito] Vamos ao texto: “O Anjo me disse: ‘As águas que viste, à beira das quais a prostituta se assenta, são povos e multidões, e nações e línguas” (Ap 17, 15).
O Mestre simbolizou a relação “parasitária”, que a “mulher meretriz” (bloco ideológico) exerce sobre as referidas “águas” (sociedade humana: povos, nações…), na imagem da “mulher meretriz” se posicionar “assentada à beira de muitas águas”. Nessa direção, ele ensinou ao discípulo que ele amava, João, e este registrou:
“Vem, e eu te mostrarei a condenação da grande meretriz, que se assenta à beira de muitas águas” (Ap 17, 1-b).
O Anjo de Jesus mostra que a “mulher meretriz” (bloco ideológico), sempre acompanha como que “assentada“, quer dizer, ocupando alta posição na estratificação social, mais propriamente nos grandes estamentos médios ou classes médias. Enfim, o bloco ideológico ocupa a posição de classe média, no processo geral das sete “cabeças” de expansão da “fera escarlate”, isto é, do Grande Mercado. “Fera escarlate” cujas “sete cabeças e dez chifres” já sabemos o seu significado. Mestre simboliza esses estamentos médios na figura de uma “grande cidade“, ao exemplo das grandes classes médias da Babilônia de Nabucodonosor. Nessa direção, o discípulo que Jesus amava, João Evangelista, registrou o ensinamento do Mestre:
“Eu vi uma mulher, assentada em cima de uma fera escarlate, cheia de nomes blasfematórios, com sete cabeças e dez chifres… Na sua fronte estava escrito um nome simbólico: ‘Babilônia, a grande, a mãe da prostituição e das abominações da terra” (Ap 17, 3-b, 5).
O Mestre concebe a “mulher prostituta” como os segmentos de intelectuais elitistas, enfim, o bloco ideológico de uma nação, que atua no sentido de se posicionar na grande classe média. Ele simboliza o bloco ideológico na figura da “mulher prostituta“, notadamente porque na sua concepção e de todos os grandes profetas individuais, o intelectual deveria se aliar não aos demais segmentos das elites dominantes (políticos e empresários), mas sim aos segmentos trabalhadores, pois são estes que criam valor e sustentam tanto os intelectuais como toda a sociedade.
O Jesus histórico centrou a sua luta (embate de ideias) contra o “bloco ideológico” Judeu, isto é, os fariseus e saduceus, desmascarando e denunciando-os e, assim, conseguiu produzir “crise de hegemonia” no seio do bloco histórico judeu submisso ao Império Romano. Ele procedeu desse modo, precisamente porque sabia que são os ideólogos elitistas que, além de manipular a opinião pública em geral, também seduzem, notadamente, os indivíduos dotados de capacidade de decisão política, para liderar o processo de estratificação e hierarquização social. Nas quais, tais ideólogos aspiram ascender ou manter a posição de classe média (ao exemplo dos escribas do Antigo Egito, que eram os grandes beneficiários de maat, a perversa ordem social egípcia, e que viviam na “sombra” dos faraós). Nesse sentido, o Anjo de Jesus ensinou, e o discípulo que ele amava registrou:
“A mulher que viste é a grande cidade, aquela que reina sobre os reis da terra” (Ap 17, 18).
Cabeça (Henoc II: mercado gerenciado pelo Império Romano) ferida e curada
O signo fera pode referi-se, por um aspecto, a sexta “cabeça” (sexta escala) de expansão do mercado (ou seja, Henoc II, o Império Romano) do Grande Mercado pós-diluviano. No sentido de que essa sexta escala Henoc IIde expansão do mercado sofrera uma “ferida mortal”. Nesse sentido, o texto diz:
“uma das suas cabeças estava como que ferida de morte, mas essa ferida de morte fora curada” (Ap 13, 3-a).
Pois, o Império Romano era que gerenciava o contexto geopolítico do enorme mercado correspondente a essa sexta escala Henoc II. A qual e o respectivo Império se fragmentaram subsequentemente. Pois, assim, desenvolveu-se na Europa o modelo feudal de formação social, cuja base era o campo e não mais a cidade. Período feudal em que aconteceu a queda vertiginosa do comércio, das cidades e a descentralização política. Isto é, desenvolveram-se os feudos liderados por senhores feudais, todos sob grande influência do clero católico-ortodoxo (o Grande Dragão).
O signo fera pode referi-se, por um aspecto, também com referência à grande rede global de mercados macrorregionais “Lamec” (III) e também ao respectivo Grande Mercado, que é dotado de sete escalas ou “cabeças” expansivas. No sentido de que embora a sexta escala Henoc II (contexto geopolítico e mercantil do Império Romano) de expansão do mercado tenha sofrido uma “ferida mortal”, todavia, ele se recuperou admiravelmente diante de todos. Pois, o mercado se restabeleceu por meio do processo de expansão e complexidade do modelo feudal de formação social, de modo ainda mais forte e globalmente expansivo, ou seja, a 1ª fera. Quer dizer, a grande rede global de mercados macrorregionais Lamec III, que se desenvolveu a partir de 1400-1500, por meio das grandes viagens ultramarinas, e a formação de grandes impérios coloniais. Nesse sentido, o Mestre diz de modo simbólico, e referindo-se a “sexta escala Henoc II de expansão do mercado, que sofrera uma “ferida mortal, e cuja ferida mortal fora curada”: “Mas essa ferida de morte fora curada” (Ap 13, 3-b).
Abaixo, agora, João se refere a 1ª fera, a que anteriormente vira subir do mar, e que se referem as sete sucessivas escalas expansivas do Grande Mercado pós-diluviano. Em outros termos, “Vi, então, uma fera que tinha dez chifres e sete cabeças” (Ap 13, 1-a):
“E todos, pasmados de admiração, seguiram a fera” (Ap 13, 3-c).
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Somente a análise detalhada do contexto
permite discriminar o sentido mais específico do termo “fera”, que Mestre emprega.
Obrigado pela assistência e aguardem as próximas aulas.
[1] Burns, E. M. História da Civilização Ocidental, p.681.
[2] Cf. Gramsci, A. Os intelectuais e a formação da cultura, p. 3-23; Portelli, H. Gramsci e o bloco histórico, p. 65-68. Hegemonia e bloco ideológico: Grupos de intelectuais e suas respectivas instituições sociais hierarquizadas (bloco ideológico) organicamente articulados com os demais segmentos (econômicos e políticos) das elites, propiciando, assim, a formação de ampla hegemonia sob a direção do “grupo fundamental”, que para Gramsci é o que detém e dirige “o mundo da produção econômica”. Essa noção de bloco ideológico deve ser empregada com algumas reservas. Pois, sem conseguir se livrar do aspecto ideológico, pertinente ao tema, que Marx forjou, Gramsci concebe esse bloco como submisso ao “grupo fundamental” em tela. Mas, na realidade, o bloco ideológico é, embora dissimuladamente, o elemento fundamental, em relação tanto aos grupos que dirigem a produção e a circulação como ao grupo político. Na realidade, o conflito fundamental é estabelecido entre, de um lado, o bloco ideológico e, do outro, os segmentos trabalhadores, que na teoria elaborada por historiadores naturais do Antigo Egito esse conflito fundamental está representado simbolicamente, entre a “serpente” (intelectuais elitistas), e, a “mulher” (segmentos trabalhadores) (cf. Gn 3, 14-15).