Parte 4/5 ‒ Grandes profetas individuais identificaram as 7 escalas do G. Merc. Pós-diluviano: Parte 4 OSÉIAS e JEREMIAS, p. 1-9 (15/09/25)

Tempo de leitura: 52 minutos


Parte 5 ‒ Grandes profetas individuais identificaram as 7 escalas do G. Merc. Pós-diluviano: DÊUTERO-ISAÍAS e DANIEL, p. 9-18 (17/09/25)

Parte 4: Oséias e Jeremias

Oséias: aplicação da fórmula de pesquisa

   Oséias parece que flexibilizou e estendeu a aplicação da fórmula de pesquisa da teoria da genealogia de Adão, para além da sexta escala expansiva “Henoc II” (cf. Gn 5, 21-24; em que o Escolhido do Criador emergiria). Escala que os grandes profetas individuais geralmente representaram por meio da expressão e código “naquele tempo”, “naquele dia” ou o equivalente, o âmbito geopolítico pertinente a primeira emergência do Senhor Escolhido. Ou seja, no curso sócio-histórico em muito longa duração das sete escalas de expansão do Grande Mercado pós-diluviano.

   Pois, Oséias aplicou a fórmula de pesquisa “aquele dia” também como prognóstico para o estágio Noé da teoria da genealogia de Adão. Isto é, a grave, longa e irreversível fase de depressão econômica acompanhada de crises políticas e sociais. Depressão essa que se desenvolve na grande rede global de mercados macrorregionais Lamec III, quando esta rede atinge o seu limite de expansão e complexidade. Pois, conforme já sabemos, o estágio Noé consiste no contexto geopolítico, que prevê a segunda emergência do Senhor Escolhido, no referido curso sócio-histórico em muito longa duração, conforme a fórmula “Ele (Noé) andava com Deus” indica ( cf. Gn 6, 9-c).

   No sentido indicado acima, Oséias empregou um artifício literário de natureza esotérica, para ser mais bem entendido por outros grandes profetas individuais, que por ventura conhecessem bem a teoria histórica elaborada por antigos egípcios, que Moisés houvera ministrado a alguns iniciados. Com esse objetivo, Oséias inseriu no texto três expressões idiomáticas, que constam nessa teoria geral (cf. Gn 1, 20-25). As quais simbolizam instituições coletivas ‒ estruturas sociais permanentes ‒ criadas pelos indivíduos, mas que se tornaram autônomas, e subordinam os seus criadores, e também prosseguem no curso histórico em longa duração à revelia dos seus criadores: 1. “Animais selvagens” (processo de produção material agrícola e industrial); 2. “As aves do céu” (instituições sociais hierarquizadas de natureza política: Estado, grupos políticos, etc.); 3. “os répteis da terra” (instituições sociais de natureza ideológica e hierarquizada, mormente religiosas, mas também cientificistas).

   Todavia, o autor do texto atribuiu ao Deus Criador, haver predestinado, reiteradamente, aos indivíduos humanos se esforçarem na missão de dominar, a partir do “sexto dia da criação”, tais instituições coletivas autônomas. As quais havia se desenvolvido de modo mais complexo e alicerçado, já a partir do “quinto dia da Criação” (cf. Gn 1, 20-23).

   Todavia, ao longo do “sexto dia da criação” (Gn 1, 24-28), as referidas instituições sociais coletivas se tornaram mais complexas e opressoras na moldagem das condutas dos indivíduos. Ou seja, elas condicionaram de modo extremo, a moldagem do estado de alienação dos seus respectivos indivíduos membros, então, O Deus Criador condicionou cada indivíduo com a missão de dominar cada instituição coletiva em que este esteja inserido, dominado e alienado. Vamos ao trecho em tela:

   “Então Deus disse: ‘Façamos o homem à nossa imagem e semelhança. Que ele reine sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos e sobre toda a terra, e sobre todos os répteis que se arrastam sobre a terra. Deus criou o homem à ‘sua imagem e semelhança’ (dialético no curso sócio-histórico); criou-o à imagem de Deus, criou o homem e a mulher. Deus os abençoou: ‘Frutificai, disse ele, e multiplicai-vos. Enchei a terra e submetei-a. Dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todos os animais que se arrastam sobre a terra’… Foi o sexto dia” (Gn 1, 26-28, 31-c).

   Pois, Oséias sabia muito bem, que somente determinados grandes profetas individuais poderiam conhecer os significados herméticos das respectivas expressões simbólicas, que Moisés houvera ministrado a alguns iniciados. Os quais a preservaram de modo esotérico e codificado, e as transmitiram a novos iniciados. Desse modo, tais conhecimentos esotéricos chegaram aos grandes profetas individuais.

Oséias e a primeira emergência do Senhor: escala Henoc II

   Oséias apresentou, em primeiro lugar, a previsão da emergência do Senhor, no contexto geopolítico concernente a escala “Henoc II” (naquele dia). Em segundo lugar, ele apresentou a previsão da emergência do Senhor, no contexto geopolítico concernente à escala “Noé” (no final dos tempos).

   Oséias previu, primeiramente, a emergência do Senhor, no contexto geopolítico “Henoc II”, porém, antes, ele marcou o Novo Império egípcio, como correspondente a escala Set da teoria da genealogia de Adão. Nessa direção, ele pôs em foco, o contexto em que por meio de Moisés, o Senhor Iahweh libertou e conduziu os hapiru − “hebreus” (também chamados de Israel) ‒, para fugirem do Egito (Novo Império) em direção a Canaã. Note que, Oséias representa as relações, de um lado, o Deus Iahweh e, do outro, o povo israelita, por meio da alegoria conjugal, isto é, um casal em que a esposa é infiel ao marido, Iahweh.   Neste sentido, Oséias diz:

   “Aí, ela (Israel, a ‘esposa’ de Iahweh) se tornará como no tempo de sua juventude, como nos dias em que subiu da terra do Egito” (Os 2, 17-b).

Nesse mesmo sentido, Oséias diz em outro trecho do seu livro:

   “Israel era ainda criança, e já eu o amava. E do Egito chamei meu filho. Mas, quanto mais os chamei, mais se afastaram: ofereceram sacrifícios aos Baales, e queimaram oferta aos ídolos” (Os 11, 1-2).

   Depois de Oséias marcar o Novo Império egípcio como primeira escala imperial (Set) de expansão do Grande Mercado pós-diluviana, conforme a aplicação teoria da genealogia de Adão prevê, então, ele passa a se referir à escala Henoc II. Mas, empregando a expressão e código chavenaquele dia“, no lugar de empregar “Henoc II”. Ou seja, a escala em que o Senhor ou o Escolhido do Criador emergiria PELA PRIMEIRA VEZ, no curso sócio-histórico pós-diluviano em muito longa duração. Quando também aconteceria a reconciliação entre, de um lado, o Senhor (marido) e, do outro, muitos do povo israelita (esposa).

   Oséias destaca importantes características tanto do Senhor Escolhido como do movimento revolucionário, que este iria desencadear. A conduta do Senhor e a natureza da sua revolução seriam igualitária, radicalmente pacifista, liberal e baseada no amor, no direito e na justiça. Desse modo, o movimento revolucionário iria, ao menos por algum tempo, “adequar-se” (conviver) com o perverso contexto social. Cuja hegemonia seria exercida pelos igualmente perversos e injustos “animais selvagens” (processo de produção material agrícola e industrial); as “aves do céu” (instituições sociais hierarquizadas de natureza política: os Estados, grupos políticos, grupos revolucionários, etc.); e os “répteis da terra” (instituições sociais de natureza ideológica e hierarquizada, mormente religiosas, mas também filosóficas e cientificistas). Vamos ao texto em tela: 

   “Naquele dia − diz o Senhor − tu me chamarás: ‘Meu marido’, e não mais: ‘Meu Baal”…[1] Farei para eles, naquele dia, uma aliança com os animais selvagens, as aves do céu e os répteis da terra; farei desaparecer da terra o arco e a espada e a guerra, e os farei repousar com segurança. Desposar-te-ei para sempre, desposar-te-ei conforme a justiça e o direito, com benevolência e ternura. Desposar-te-ei com fidelidade, e conhecerás o Senhor” (Os 2, 18, 20-22). 

   Vimos que o Senhor emergiria pela primeira vez, no contexto geopolítico da escala Henoc II, e muitos israelitas se voltariam para ele. Não obstante, eles iriam novamente se afastar do Senhor. Não esqueçamos, entretanto, que estamos abordando a sócio-história em muito longa duração. A escala Henoc II e respectivo contexto geopolítico − que embora ainda não houvesse se concretizado na época de Oséas, mas já sabemos que se trataria do Império Romano, e que o Escolhido do Criador seria o Jesus histórico.

Oséias e a segunda emergência do Senhor: Estágio Noé: no final dos tempos

   Oséias ressalvou que Iahweh amava os israelitas. Embora esse povo fosse dado a “prostituição” (afastamento da genuína doutrina que Iahweh lhe ensinara, e que era baseada no amor, no direito e na justiça). Todavia, o Senhor voltaria a amá-lo, e “desposá-lo”, no entanto, o Senhor e os israelitas ficariam como que divorciados entre si, durante determinado curso sócio-histórico em muito longa duração. Ou seja, durante todo o contexto geopolítico relativo a escala imediatamente subsequente a escale Henoc II (Império Romano. Isto é, o estágio Matusalém, que consistiu no modelo feudal de formação social. O qual se desenvolveu, notadamente, na Europa Ocidental, e correspondeu a Idade Medieval ou Idade das Trevas e respectiva ascensão do clero pseudocrístão, ou melhor, o diabólico paulinisno. Mais o subsequente estágio Lamec III (a grande rede global de mercados macrorregionais contemporâneos, que iniciara junto ao início da Idade Moderna, com as viagens ultramarinas e formação de grandes impérios coloniais). No sentido do longo período Matusalém, Istoé toda Idade Medieval, Oséias atribuiu a Iahweh dizer a Israel:

   “Por muitos dias ficarás aí, sem te prostituíres nem te entregares a homem algum, e eu farei o mesmo contigo’. Porque, por muitos dias os filhos de Israel ficarão sem rei e sem chefe, sem sacrifício nem monumento, sem efod e terafim” (Os 3, 3-4).

   Finalmente, o Senhor Escolhido voltaria a emergir, pela segunda vez, na Era pós-diluviana, no contexto geopolítico do estágio Noé de grave, longa e irreversível fase de depressão econômica acompanhada de crises políticas e sociais. Depressão essa que se desenvolveria e acompanharia a grande rede global de mercados macrorregionais Lamec III, quando esta grande rede atingisse ao seu limite de expansão e complexidade, e também iniciaria o seu processo de fragmentação tripartite (Sem, Cam e Jafet). Então, muitos israelitas e outros povos novamente voltariam para a segunda emergência do Senhor, nessa escala Noé, isto é, no “final dos tempos“. Embora ainda houvesse resistência das facções israelitas ligadas aos ideólogos judeus elitistas, ou seja, os sionistas genocidas presos no delírio da emergência de um novo Davi. Nessa direção, vamos ao trecho referente à previsão feita por Oséias, mas prestem atenção a observação corretiva, que fiz em relação à antigo e indevida interpolação feita, por ideólogos elitistas deuteronomistas no texto que vou ditar:

   “Depois disto os filhos de Israel voltarão a buscar o Senhor, seu Deus ‘e Davi , seu rei’ ‒ este trecho em itálico certamente é indevida interpolação feita por teólogos elitistas da revisão deuteronômica da história de Israel); recorrerão comovidos ao Senhor e à sua bondade no final dos tempos” (Os 3, 5).   

     Vimos que Oséias marcou o Novo Império egípcio (cf. Os 2, 17) como correspondente a escala Set. Posteriormente, ele citou o “Egito” da época de Necau II (cf. Os 8, 13-c), porém, apenas no sentido de aludir a outrora época em que os israelitas foram escravizados no Novo Império egípcio (escala Set). A seguir, ele cita o Império Assírio (cf. Os 9, 3). Desse modo, Oséias marca a sequência Novo Império egípcio (Set)Império Assírio (Enos), como sucessivos contextos geopolíticos correspondentes a teoria da genealogia de Adão

Jeremias: aplicação da fórmula de pesquisa

   Jeremias foi um dos grandes profetas individuais. Ele nasceu em Judá, na aldeia de Anatot, em cerca de 650 a.C. Ele iniciou seu ministério em 622 a.C., na época do rei Josias, e profetizou por cerca de 40 anos. Ele teria sido assassinado no Egito, em Tafnés, pelo ano 586 a.C, por meio de apedrejamento feito por seus conterrâneos.[2]

   Assim como todos grandes profetas individuais, Jeremias foi um atento observador do contexto geopolítico em que ele e os israelitas estavam inseridos. Ele sabia que antes do seu nascimento e mesmo um pouco depois de haver iniciado o seu ministério, em 622 a.C., o Império Assírio detinha hegemonia. O qual havia conquistado o Reino do Norte, Israel, em 722 a.C. [3] Todavia, o reino de Judá manteve independência.[4] Porém, Jeremias soube, em 612 a.C., que o rei de Babilônia, Nabopolassar, conquistou Nínive e o respectivo Império Assírio. Mas, com a importante ajuda do império Medo, que também era poderoso, e naquela ocasião ainda dominava os persas.[5]

   Nabopolassar morreu em combate, então, o seu filho, Nabucodonosor, assumiu o reino caldeu e o expandiu. Assim, floresceu o Império Babilônico como a maior potência, no contexto geopolítico, em que vivia Jeremias e seu povo. Todavia, posteriormente, o rei Persa, Ciro, uniu os medas e os persas, e assumiu a liderança dessa união, cujo império às vezes e nomeado Medo-Persa e, mais frequentemente apenas de Império Persa, em razão da nacionalidade do rei Ciro.

   É importante frisar o império Medo como poderoso naquele contexto geopolítico, e que o Jeremias sabia disto, porque ele iria se referir à região dos medos e dos persas, como situados ao norte de Jerusalém. Pois, conforme veremos mais adiante, esse profeta vislumbrou a possibilidade, de que algum povo do Norte conquistasse o Império Babilônio, e permitisse a libertação dos israelitas, que estavam cativos em Babilônia. Nabopolassar conquistou Nínive e o respectivo Império Assírio. Mas, com a importante ajuda do império Medo

   Jeremias identificou claramente, de um lado, o Novo Império egípcio (Set) por ocasião (cerca de 1250 a.C.) de Iahweh libertar os hebreus, por meio de Moisés. Jeremias identificou o Novo Império, em distinção ao bem posterior império egípcio de Necau II (660-593 a.C.) e, do outro, o Império Assírio (Enos). Vamos ao texto em tela:

   “Que injustiça em mim (Iahweh) encontraram vossos pais, para que de mim se afastassem… Por haverem cessado de dizer: ‘Onde está o Senhor que nos fez sair do Egito (Set; Moisés liderou essa fuga, em cerca 1300 a.C., durante o Novo Império), guiando-nos através do deserto… E agora porque tomas a rota do Egito (Faraó Necau II: 660 a 593 a.C.), para ir beber a água do Nilo? Para que tomas  o caminho da Assíria (Enos), a fim de beber a água do Eufrates?” (Jr 2, 4-b, 6-a, 18).  

   Jeremias também empregava a expressão chave “naquele tempo“, como código para se referir ao estágio Henoc II, quando o Senhor Escolhido do Criador emergiria em Jerusalém. Pois, ele tinha fé em Iahweh e no Senhor Escolhido, e esperança que este ao emergir na história, então, obteria hegemonia por algum tempo entre os israelitas. No sentido de instalar e propagar as demais nações o modelo de formação social justo, que é constituído por comunidades igualitárias, liberais e pacifistas articuladas entre si em rede descentralizada, e que era considerada como o trono do Senhor. Isto é, o modelo de formação social que o Deus Criador (Trabalho Cósmico Social) e seu Espírito, Iahweh, predestinaram para a humanidade. Para que esta possa se integrar a comunidade cósmica, porém, após tribular ao longo da sua existência e, assim, aprimorar-se.

   Enfim, Jeremias sabia que esse modelo de formação social, na verdade, estava representado nas doze arestas articuladas entre si, pertinentes a figura geométrica retangular da “arca da aliança”. Doze arestas essas que representavam as doze tribos igualitárias de Israel, que estavam articuladas entre si em rede descentralizada. “Arca da aliança” que outrora era mantida no Tabernáculo, no recinto chamado Santo dos Santos. Pois, o modelo do Tabernáculo fora reproduzido na construção do templo a Iahweh.

   Na direção indicada acima, Jeremias se refere a “arca da aliança”, no sentido de que o povo israelita por ocasião da emergência do Escolhido, então, não mais precisaria falar, lembrar, e nem ter saudade da arca da aliança. Posto que, Jeremias supunha que nessa ocasião, o modelo de formação social semelhante ao das doze tribos comunais de Israel articuladas entre si em rede descentralizada, então, seria instalado pelo Senhor Escolhido do Criador. Na verdade, Jeremias buscava apenas transmitir, ao menos, a atitude positiva e esperançosa nos seus conterrâneos, em relação à expectativa da futura emergência do Senhor Escolhido. Vejamos o texto em questão:

   “Naqueles dias − Oráculo do Senhor − não mais se falará da arca da aliança, do Senhor; nem mais se pensará nela, perdendo-se a lembrança e a saudade; nem a ela se há de referir. Naquele tempo, Jerusalém será chamada ‘trono’ (modelo de formação social constituído por comunidades igualitárias, liberais e pacifistas articuladas entre si em rede descentralizada) do Senhor e todas as nações lá se reunirão em nome do Senhor, sem mais persistir na obstinação do seu coração perverso” (Jr 3, 16-17).

   Jeremias sabia da sequência de escalas imperiais de expansão do Grande Mercado pós-diluviano, que era prevista na teoria da genealogia de Adão. Ele estimou o período de cativeiro em cerca de setenta anos de cativeiro.[6] Assim, ele vislumbrou que mesmo após o longo período de cativeiro, outro grande império sucederia ao babilônico. Desse modo, Jeremias vislumbrou a possibilidade, de que algum povo do Norte conquistasse o Império Babilônio, e permitisse a libertação dos israelitas, que estavam cativos em Babilônia. Vimos que ele sabia que Nabopolassar conquistara Nínive e o respectivo Império Assírio. Mas, com a importante ajuda do grande império Medo.

   Na direção indicada acima, Jeremias investigou a relação dos reinos existentes no seu contexto geopolítico e as principais relações internacionais entre eles, a fim de identificar o reino com mais possibilidade de se enquadrar como a quarta escala, Malaleel, (Gn 5, 12) do Grande Mercado pós-diluviano. Quarta escala essa registrada na teoria da genealogia de Adão, que consta no “Livro da história da família de Adão” ( Gn 5, 1-32). Ou seja, o reino que seria um grande império, e que vencesse e substituísse o Império Babilônio, a terceira escala − após os setenta anos de cativeiro. Cuja relação de reinos, o exegeta intitulou como “IV − Oráculo Contra as Nações (46-52)”, e esclareceu: [7] 

   “Cap. 46, 1. Os oráculos de Jeremias contra as nações pagãs acham-se agrupados em duas seções, das quais a primeira no cap. 25 e a segunda no cap. 46 a 51. − Estas duas seções estavam sem dúvida, primitivamente, reunidas, como o testemunha a versão grega, na qual os cap. 46 a 51 acham-se inseridos depois do cap. 25, 13″.

   Por conseguinte, o raciocínio desenvolvido por Jeremias no capítulo 25, na verdade, completa-se na segunda seção (cap. 46 a 51) do livro desse profeta, referente aos “oráculos contra as nações”. Desse modo, podemos obter entendimento mais claro acerca do tema desenvolvido por esse profeta, que iniciou na primeira seção, e se estendeu a segunda seção. Mais especificamente, Jeremias já presumira que o império Medo-Persa conquistaria Babilônia, e que o Império Medo-Persa corresponderia a escala Malaleel da teoria da genealogia de Adão. Vejamos Jeremias:

   “Por isso, assim diz o senhor dos exércitos: porque não me escutastes as palavras, vou conclamar todas as TRIBOS DO NORTE − oráculo do Senhor −, assim como o meu servo, Nabucodonosor, rei de Babilônia, a fim de lançá-los contra esta terra e seus habitantes, e todas estas nações que o cercam… Converter-se-á esta terra em angústia e em solidão, e por setenta anos lhe há de perdurar a servidão ao rei de Babilônia. Decorridos estes setenta anos, castigarei o rei de Babilônia e seu povo por causa de seus pecados − oráculo do Senhor −”  (Jr 25, 8-9-a, 11-12-a).

   A seguir, Jeremias avalia diversas nações (os egípcios do faraó Necau II, os filisteus, os moabitas, os amonitas, etc.), ao longo do capítulo quarenta e seis ao quarenta e nove, a fim de verificar se alguma dessas nações tivesse a possibilidade de se tornar um grande império e vencer o Império Babilônico. Porém, ele considerou todas essas nações incapazes de tal possibilidade.

   No capítulo cinquenta, o profeta mostra a sua conclusão. Ou seja, que Babilônia seria tomada por “um povo vindo do norte“. Nesse mesmo capítulo, ele também relacionou a sequência de grandes impérios, que pôde identificar até a sua época, na correlação com as etapas de expansão do Grande Mercado pós-diluviano previstas na teoria da genealogia de Adão. Pois, já vimos que ele já havia identificado o Novo Império egípcio, como correspondente a escala Set da referida teoria (cf. Jr 2, 4-b, 6-a, 18). E, no texto a seguir, Jeremias identificou a sequência: Império Assírio (Enos); Império Babilônio (Cainan); e o “povo vindo do norte“. No capítulo seguinte (cinquenta e um), Jeremias irá, finalmente, afirmar explicitamente, que o tal povo vindo do Norte, seria corresponde ao reino Medo. Pois, o profeta possivelmente não teve conhecimento, que esse reino iria se aliar aos persas, por ocasião da liderança exercida por Ciro o Grande. Vamos ao texto: 

   “Palavra do senhor pronunciada contra Babilônia, país dos Caldeus, por intermédio do profeta Jeremias. Proclamai o que vos digo e publicai-o entre as nações! Erguei um sinal; anunciai-o! Nada oculteis e exclamai: ‘Babilônia foi tomada!‘ Bel cobriu-se de confusão; Merodac foi destroçado; E seus ídolos foram confundidos, e abatidas suas imundícies. Porque um povo vindo do norte avança contra ela… Porque vou suscitar contra Babilônia uma coligação de grandes nações vindas do norte. Contra ela se hão de enfileirar e a levarão de vencida… Israel é qual ovelha desgarrada perseguida por leões. Um a devorou: o rei da Assíria, e outro lhe partiu os ossos: Nabucodonosor, rei de Babilônia” (Jr 50, 1-5, 9-a, 17).

   Finalmente, no capítulo cinquenta e um, Jeremias cita taxativamente, os reis medos como situados na terra correspondente ao “povo vindo do norte“, que estava desejoso de conquistar e destruir Babilônia:[8]  

   “Aguçai vossas flechas! Colocai vossos escudos! Excitou o Senhor o espírito dos reis dos medos, terra que deseja destruir Babilônia…” (Jr 51, 11-a). 

Parte 5 ‒ Grandes profetas individuais identificaram as 7 escalas do G. Merc. Pós-diluviano:

 Deutero-Isaías, Daniel e considerações gerais p. 9-18 (17/09/25)

Dêutero-Isaías ou Segundo Isaías e oLivro da Consolação de Israel: aplicação da fórmula de pesquisa

   O Império Babilônico durou de 612 a 539 a.C.[9] O Dêutero-Isaías consiste em um profeta anônimo, que viveu no Cativeiro Babilônio (586-539 a.C.).[10] Mas, ele viveu no período final desse império e do respectivo cativeiro. Pois, em seus relatos, o referido profeta anônimo demonstra ser observador da política internacional, em que o Império Babilônio já se encontrava ameaçado por Ciro o Grande, rei do Império Persa (cf. Is 41, 2; 44, 28; 45, 1). Por conseguinte, o Dêutero-Isaías viveu cerca de dois séculos após o grande profeta individual chamado Isaías. Pois, este grande profeta viveu no século VIII até ao início do século VII (ministério: 746 a 701 a.C.).[11]

   O livro cuja autoria foi atribuída ao profeta Deutero-Isaías, também chamado de Segundo Isaías, é nomeado “Livro da Consolação de Israel“. O qual foi inserido no livro do grande profeta Isaías, e consta do capítulo quarenta ao cinquenta e cinco deste último livro.

   Os relatos do Dêutero-Isaías demonstram, claramente, que ele se encontrava ainda em Babilônia, cujo império ainda vigorava. Todavia, seu relato sugere, indubitavelmente, que ele analisava o contexto geopolítico ou da política internacional, em que ele e os israelitas se encontravam inseridos. Ou seja, ele conhecia as primeiras vitórias do rei Ciro o Grande, e do respectivo notável desenvolvimento do Império Persa. Pois, antes de Ciro conquistar Babilônia, em 539 a.C., ele houvera assumido, cerca de 549 a.C., a liderança do império dos medos e, a seguir, conquistou, por volta de 546 a.C., o império da Lídia.[12] Portanto, o Dêutero-Isaías relatou Ciro como possível conquistador de Babilônia, e libertador desse profeta e do povo israelita, que se encontravam ainda cativos em Babilônia. Ele fez esse prognóstico, certamente, baseando-se na configuração geopolítica em que se encontrava inserido.

   Enfim, embora sem explicitar, o Dêutero-Isaías conhecia a teoria da genealogia de Adão, e também parte da sequência dos grandes impérios do Grande Mercado pós-diluviano, que corresponderam, na realidade sócio-histórica em longa duração, às escalas previstas nessa teoria. Cujos seus antecessores já haviam identificado: o Novo Império egípcio como correspondente a escala Set; o Império Assírio como correspondente a escala Enos; e o Império Babilônio caldeu como Cainan. O próprio Dêutero-Isaías também identificou o Império Babilônio caldeu como Cainan. No entanto, embora em termos de previsão, este profeta acrescentou a essa sequência, também a identificação do Império Persa, ou seja, a escala Malaleel da referida teoria.

   Daniel foi outro profundo estudioso do seu contexto geopolítico. Assim, ele também faria prognóstico assemelhado ao do Dêutero-Isaías. Ou melhor, Daniel observou a terceira vitória de Roma Republicana (172-167 a.C.) contra os reis da Macedônia e, em seguida, a destruição de Cartago (Terceira guerra púnica: 149-146 a.C.).[13] Assim, ele pode prognosticar o Império Romano como correspondente a escala Henoc II, e por esse mesmo fato, ele pode prognosticar a emergência do Senhor no contexto geopolítico sob esse império, conforme estava previsto na teoria em tela. Veremos isto mais adiante.

   Até a época do Dêutero-Isaías, os grandes profetas identificaram somente a sequência: Set (Novo Império egípcio); Enos (Império Assírio); Cainan (Império Babilônio); Malaleel (Império Persa). Pois, as configurações geopolíticas correspondentes a escala Jered (Império Macedônico), e a escala Henoc II (Império Romano) ainda não haviam se concretizado na sócio-história em longa duração.

   Todavia, o Deutero-Isaías sabia que o Escolhido do Criador emergiria na escala Henoc II, A qual também ele simbolizou na expressão “naquele dia“, própria da fórmula de pesquisa elaborada desde o antigo Isaías. Vejamos o Dêutero-Isaías, conforme consta no “Livro da Consolação de Israel“, isto é, na parte do “Livro Isaías”, porém, pertinente ao Dêutero-Isaías:

   “Naquele dia (meu povo) compreenderá que sou eu quem diz: ‘Eis-me aqui!” (Is 52, 6-b).

   O Dêutero-Isaías se refere indiretamente à escala Henoc II, enquanto escala da emergência do “Servo”, isto é, do Senhor ou Escolhido do Criador, conforme previsto na teoria da genealogia de Adão. Ele também se dirige implicitamente à escala Henoc II, ao se refere a Jerusalém (localização territorial) e ao “povo do Senhor” (localização social). Ambas pertinentes a emergência do Escolhido, no seio do “povo da aliança“. Nesse sentido, ele diz, em primeiro lugar: “Meu povo desceu outrora do Egito” para aí habitar, depois a Assíria o oprimiu” (Is 52, 4-b). O Egito nesse texto consiste no Novo Império − Set., que foi seguido do Império Assírio ‒ Enos. Em segundo lugar, o Dêutero-Isaías emprega a fórmula de pesquisa, “naquele dia”, que também é empregada para a exposição da pesquisa no texto pertinente, no lugar de ‘Henoc II”. Cujo objetivo consiste em indicar a emergência do Escolhido. Pois, Henoc II seria a localização social, na qual o Senhor Escolhido ou o “Servo” emergiria (cf. Is 52, 4). Voltemos a sequência do trecho em apreço, em que o Dêutero-Isaías diz:

   “Por isso meu povo vai saber meu nome: NAQUELE DIA compreenderá que sou eu quem diz: ‘Eis-me aqui” (Is 52, 6).

   O Dêutero-Isaías se refere ainda, ao decadente Império Babilônio (Cainan), simbolizado “nas cadeiasque ainda prendiam os israelitas”, e que o profeta recomenda o seu povo, a se desvencilhar dessas “cadeias”.

      Ou seja, o Dêutero-Isaías empregou os recursos literários acima indicados, para se referir à escala Henoc II. Pois, como já vimos, os grandes profeta conhecedores da teoria da genealogia de Adão, também sabiam que todos esses aspectos estão implícitos nessa escala. Em seguida, o profeta em tela indicou o Império Assírio (Enos) como o sucessor imediato ao Novo Império egípcio. Vimos que o Dêutero-Isaías já havia previsto o Império Persa, como a escala Malaleel da referida teoria, e como futuro sucessor imediato do então decadente Império Babilônio (Cainan).

 Vejamos na íntegra o texto em que o Dêutero-Isaías emprega o método de pesquisa da teoria da genealogia de Adão:

   “Veste teus trajes de gala, Jerusalém, cidade santa!… levanta-te Jerusalém e reina, desvencilha-te das cadeias que te prendem o pescoço, filha cativa de Sião. Porque eis o que diz o Senhor: Vós fostes vendidos gratuitamente e sereis resgatados sem pagamento. Porque eis o que diz o Senhor Deus: Meu povo desceu outrora do Egito para aí habitar, depois a Assíria o oprimiu sem motivo… Por isso meu povo vai saber meu nome: naquele dia compreenderá que sou eu quem diz: ‘Eis-me aqui!’… Eis que meu servo prosperará, crescerá, elevar-se-á, será exaltado” (Is 52, 1-b, 2-b, 4, 6, 13).

   Em referência ao Servo ou Escolhido do Criador, o Dêutero-Isaías mostra, de modo semelhante a alguns dos seus predecessores, a característica pacifista da conduta e do respectivo movimento revolucionária, que o Senhor Escolhido iria desencadear. Porém, ele identifica diversas outras características: o tipo servo de liderança político-ideológica ou de “diretriz pastoral” a ser empregado pelo Escolhido do Deus Criador. O Dêutero-Isaías identifica, ainda, a consequência fatal da luta liderada pelo Servo, e levada até ao limite do seu assassinato (holocausto perpétuo), em função da libertação das ovelhas dos rebanhos dominados ideologicamente e explorados por ideólogos elitistas, etc. (cf. Is 53, 1-10). O Jesus histórico respaldou o Dêutero-Isaías, e confirmou o modelo de autoridade “servo” de liderança ou de “diretriz pastoral”, como meio mais eficaz de liderança (cf. Jo 13, 14-20), em diametral oposição ao tipo autoritário de liderança exercido por reis e autoridades religiosas:

   “Jesus, porém, os (seus discípulos) chamou e lhes disse: ‘Sabeis que os chefes das nações as subjugam, e que os grandes as governam com autoridade. Não seja assim entre vós. Todo aquele que quiser tornar-se grande entre vós se faça vosso servo. E o que quiser tornar-se entre vós o primeiro, se faça vosso escravo. Assim como o Filho do homem veio não para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de uma multidão” (Mt, 20, 24-28).  

Considerações finais: Daniel Profeta anônimo

   Daniel era profundo conhecedor do Antigo Testamento. Ele sabia muito bem, que alguns dos grandes profetas individuais (Isaías, Jeremias, Ezequiel, o Dêutero-Isaías, etc.) que lhe precederam, também conheciam a teoria da genealogia de Adão. Profetas esses que também procuraram identificar no curso da realidade sócio-histórico em muito longa duração, os sucessivos contextos geopolítico e respectivas escalas mercantis expansivas, que correspondessem aos símbolos (Set, Enos, Cainan, etc.). Os quais são pertinentes a teoria da genealogia de Adão, que constam no “livro da história da família de Adão” (Gn 5, 1-32).

   Daniel também aplicou essa teoria, embora sem explicitar que estavam atuando nesse sentido. Tais grandes profetas tinham certeza que o Escolhido do Criador emergiria no contexto geopolítico Henoc II. Todavia, eles encontravam dificuldades, porque determinados contextos que seriam, por um lado, posteriores ao seu e, por outro, anteriores ao contexto Henoc, ainda não havia se concretizado no curso sócio-histórico em muito longa duração. Nem mesmo o contexto Henoc II ainda havia se concretizado, então, eles se referiam alusivamente a este contexto, sabendo que nele emergiria o Escolhido, mas empregando a expressão “naquele tempo” ou outra equivalente como código esotérico.

   Especialistas em análise literária estudaram o livro intitulado Daniel, e concluíram tratar-se de autoria anônima. Pois, o referido autor anônimo escreveu este livro em cerca de 170-164 a.C., conforme abundantes fatos históricos apresentados em seus textos, indubitavelmente demonstram. Ou seja, ele escreveu o livro Daniel, no contexto do período final do decadente Império Macedônio, quando o Império Romano já havia emergido, e submetia o que restava do referido decadente império.

 Nessa direção, Burns esclarece: “Por fim, entre 146 e 30 a.C., quase todo território helenístico passou para o domínio romano“.[14]

   O título do livro Daniel, refere-se ao principal heróico personagem de algumas das “novelas populares de resistência”. As quais foram efetivamente escritas pelo referido autor anônimo, para estimular a resistência e edificação moral dos israelitas, diante da opressão tanto física como cultural exercida pelos reis macedônicos, contra os israelitas. Todavia, diversos outros trechos foram anexados ao livro em tela, para estimular a resistência e edificação moral.

Daniel e o Filho do Homem: ética da responsabilidade individual 

   Daniel atribui a “um ser de forma humana” (o Anjo do Escolhido de Deus), o fato de se dirigir ao referido profeta, mas chamando-o de “filho do homem” (cf. Dn 8, 17), de modo assemelhado ao que Deus se dirigiu a Ezequiel, conforme vimos anteriormente. Daniel conheceu muito bem o pensamento de Ezequiel. Assim, quando ele emprega a expressão “filho do homem”, na verdade está subtendida a noção de ética da responsabilidade pessoal.

   Em outro trecho, Daniel se referiu, entretanto, ao Escolhido de Deus (cf. Dn 7, 13-14), e o nomeou de Filho do Homem. Assim, ele ressaltou não simplesmente o indivíduo defensor da ética da responsabilidade pessoal. Mas também, o indivíduo no sentido lato do termo. Ou seja, o indivíduo humano enquanto unidade mínima componente de um todo complexo, a sociedade humana. Indivíduo esse “vivo” ou “o Vivente“, conforme o Anjo de Jesus nomeia, no livro Apocalipse, a si mesmo:[15]

   “Eu sou o Primeiro e Último, o Vivente: estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos, e tenho as chaves da Morte e do Hades” (cf. Ap 1, 18-a).

   Tomé também preferia ressaltar, em Jesus, esses aspectos. Nesse sentido, Tomé o chama de Vivente: indivíduo dotado de autoconhecimento, enquanto um conjunto complexo de conduta, e da capacidade de diligência, e ainda de consciência social crítica e transformadora, que permanece vivo na dimensão meta-subjetiva:[16]

   “Eis as palavras do que é Oculto − revelada por Jesus, o Vivente − e transmitidas por Dídimo Judas Tomé”.

   A expressão Filho do Homem quer dizer: o indivíduo dotado de autoconhecimento enquanto um conjunto complexo de conduta. Assim, esse tipo de indivíduo também é dotado da capacidade de diligenciar autonomamente a sua conduta. A qual é dotada também de consciência social crítica e transformadora. Enfim, é o indivíduo cuja conduta é assim voltada, nas interações sociais, para o Deus do amor, do direito e da justiça. Mas consiste no indivíduo maior defensor da ética da responsabilidade individual. Em razão disso, Daniel mostra que é esse tipo de indivíduo, o escolhido pelo “Ancião”, isto é, pelo Espírito Santo do Deus Criador. Desse modo, esse indivíduo consiste na expressão plenamente perfeita, da ética da responsabilidade pessoal, e é dotado do poder de atuar, em todos os tempos, em defesa do cumprimento dessa ética. Neste sentido, Jesus refere-se, abundantemente, a si como “Filho do Homem” (cf. Mt 8, 20; 9, 6; 20, 28; Jo 3, 13; Ap 1, 13; 14, 14).

Daniel e o Filho do homem como Paradigma para o julgamento das condutas dos indivíduos

   O autor do livro Daniel é anônimo. O referido autor escreveu este livro em cerca de 170-164 a.C., então, ele previu a primeira vinda do Filho do Homem, que aconteceria em um futuro relativamente distante:[17] Vinda essa que seria protagonizada pelo Jesus histórico. Nos termos de Daniel, o “Ancião” (Deus Criador) é quem se assenta nos tronos, “quando o tribunal deu audiência e os livros [da vida] foram abertos“. O Filho do Homem emergiria e se deslocaria, então, para o lado do “Ancião”, que lhe daria poder, glória, etc., para julgar as condutas dos indivíduosenquanto paradigma ou referências de conduta desejada por Deus ‒ segundo a ética da responsabilidade individual (cf. Dn 7, 9-10). Desse modo, O “quarto animal medonho” que representa, por um aspecto, a sexta escala (Henoc II) de expansão do Grande Mercado pós-diluviano e, por outro, o Império Romano, assim seria subjugado (cf. Dn 7, 11-12).  Nessa direção, vejamos Daniel:

   “Continuei a olhar, até o momento em que foram colocados os tronos e um ancião chegou e se sentou. Branco como as neves eram suas vestes, e tal como pura lã era sua cabeleira; seu trono era feito de chamas, como rodas de fogo ardente. Saído de diante dele, corria um rio de fogo. Milhares e milhares o serviam, dezenas de milhares o assistiam! O tribunal deu audiência e os livros foram abertos” (Dn 7, 9-10);

   “Eu continuava contemplando, nas minhas visões noturnas, quando notei, vindo sobre as nuvens do céu, um como Filho do Homem. Ele adiantou-se até ao Ancião e foi introduzido à sua presença. A ele foi outorgado o poder, a honra e o reino, e todos os povos, nações e línguas o serviram. Seu império é império eterno que jamais passará, e seu reino jamais será destruído” (Dn 7, 13-14).

Daniel identificou o Imp. Romano como o vencedor entre os dez chifres e como Henoc II

    O Filho do Homem emergiria, no contexto, em que o “quarto animal medonho” (cf. Dn 7, 7) também houvesse emergido. Mas, o Filho do Homem emergiria no referido contexto, quando esse quarto animal já estivesse plenamente estabelecido. O “quarto animal medonho” representa, por um aspecto, a sexta escala (Henoc II) de expansão do Grande Mercado pós-diluviano e, por outro, o Império Romano, que Daniel já via emergindo, concorrendo, e se destacando, no contexto de dezchifres“. Ou seja, os dez reinos, que atuavam como centro dinâmico e integrante desse grande sistema de mercado.

   Daniel era pródigo observador da história internacional, e da economia-política do seu contexto internacional. Assim, ele notou, claramente, que Roma vinha se destacando, entre os demais “chifres” (concorrentes), pela hegemonia no gerenciamento do Grande Mercado internacional, conforme deixou registrado, de modo evidente, em algumas passagens do seu livro. Em Dn 11, 18, ele se refere a “um chefe militar” (Bíblia Ave Maria) ou “um magistrado” (Bíblia de Jerusalém), que vencera o rei Antíoco II, do Império Selêucida. O exegeta esclarece a identidade de “um chefe militar [romano]: Lúcio Cornélio, o Asiático, vencedor de Antíoco, em 190 a.C., em Magnésia“.[18]

   Em outra passagem, Daniel reitera seu conhecimento acerca do contexto econômico-político internacional, em que focaliza o Império Romano, que vinha emergindo e se estabelecendo como tal. Nessa direção, ele focalizou o cônsul romano Caio Pompílio Lena, que comandando “tropas embarcadas” (navios de Cetim) já transmitia ordem do Senado romano, que o rei selêucida obedecera, frustrando a sua tentativa de segunda expedição contra o Egito ptolomaico (cf. Dn 11, 29-30).[19].

   Nesse contexto conflituoso, em que dez reinos disputavam entre si a hegemonia pelo gerenciamento da escala Henoc II (o Império Romano) do Grande Mercado pós-diluviano, o Império Romano esta sendo representado no “chifre menor” (Dn 7, 8-a). O qual iria se destacar e assumir a gerência desse Grande Mercado. Mas, primeiramente arrancaria, por três sucessivas vezes (as três guerras púnicas representadas nos três primeiros chifres arrancados), o seu mais poderoso concorrente, Cartago.

   Ora, Daniel além de ser um pródigo observador da economia-política do seu contexto internacional, também conhecia a “teoria da genealogia dos sucessores de Adão”, trazida por Moisés.[20]

Conclusão: os grandes profetas concluíram a pesquisa: identificaram “Henoc II” e a emergência da “pedra” ( Escolhido) nesse contexto

   A teoria da genealogia dos sucessores de Adão foi desenvolvida no estudo do processo geral do Grande Mercado pré-diluviano. Os grandes profetas individuais consideravam que essa teoria poderia ser aplicável, também, ao processo geral (de expansão e de regressão) do Grande Mercado pós-diluviano. Por essa perspectiva, A partir de Isaías (cf. Is 10, 24-27), Amós, Jeremias, Ezequiel (cf. Ez 16, 1-29; 23, 1-23), o Dêutero-Isaías e Zacarias, os grandes profetas individuais começaram a empregar, embora sem explicitar, a teoria da genealogia de Adão como método de interpretação do processo geral (expansivo e regressivo) do Grande Mercado pós-diluviano, transcorrendo na sócio-história em muito longa duração.

   Daniel concluiu essa pesquisa, no sentido de identificar Roma Republicana como o grande poder hegemônico emergente após o Macedônico, e no qual o Senhor emergiria. Assim, a sequência dos grandes profetas individuais que relacionei, identificaram as seis escalas imperiais de expansão do Grande Mercado Pós-diluviano: 1º. Set: Novo Império egípcio; 2º. Enos; Império Assírio (ambos estudados por Isaías (cf. Is 10, 24-27); 3º. Cainan (Império Babilônico caldeu); 4º. Malaleel (Império Persa); 5º. Jared (Império Macedônico ou helenístico); 6º. Henoc II (Império Romano; uma das vezes em que o Escolhido emergiria na sócio-história em muito longa duração: “Henoc andou com Deus, e desapareceu, porque Deus o levou” (Gn 5, 24). Por esta perspectiva, Daniel focalizou, alegoricamente, através de uma enorme estátua vista em sonho por um rei do Império Babilônico caldeu (cf. Dn 2, 31), quatro sucessivas etapas em escala imperial, do processo geral de expansão do grande mercado pós-diluviano.

   Porém, Daniel começou a focalizar: . A terceira escala imperial (Cainan), isto é, o Império Babilônico Caldeu, que ele representou na cabeçada estátua, que era feita de ouro fino; . A quarta escala imperial (Malaleel), o Império Medo-Persa, que simbolizou no peito e braços da estátua, que eram feitos de prata; . A quinta escala imperial (Jared), o Império Macedônio ou Helenístico, representado no ventre e quadris de bronze da referida estátua; . A sexta escala imperial (Henoc II), isto é, o Império Romano, que representou nas pernas de ferro, seus pés metade de ferro e metade de barro. (cf. Dn 2, 32-33, 36-44).

   A fase áurea do Novo Império egípcio (Set) foi de 1580-1160 a.C.[21] Isaías viveu, de 765 a 700 a.C., então, a fase áurea desse império já havia se encerrado, portanto, cerca de quatrocentos anos antes de Isaías. Ele focalizou, entretanto, e fartamente, o Novo Império egípcio (Set), e também o Império Assírio (Enos) (cf. Is 7, 18-20; 8, 4-8; 11, 11; 15-16). No trecho a seguir, Isaías focaliza de modo intencional, precisamente e com certa exatidão, o período da saída, por volta de 1250 a.C., dos hebreus do Egito (a travessia do rio Nilo, cf.  Ex 14, 15; as águas do rochedo de Horeb e a guerra contra “Amalec” (= Madiã), cf. Ex 17, 1-16). Período esse em que ainda vigorava o Novo Império Egípcio (Set):

   “Povo meu que habitas em Sião, não temas o assírio que te castiga com vara, e brande seu bastão contra ti, como outrora os egípcios. Porque dentro de muito pouco tempo meu ressentimento contra vós terá fim e minha cólera o aniquilará. O Senhor Deus dos exércitos vibrará o açoite contra ele como quando feriu Madiã no penhasco de Oreb, e quando estendeu seu bastão sobre o mar, contra o Egito” (Is 10, 24-b-26).

   Isaías foi contemporâneo ao Império Assírio (Enos), mas focalizou, também abundantemente, o Novo Império egípcio (Set), que precedeu, imediatamente, ao Assírio. Em razão disso, Daniel não se importou de também focalizá-los, e também porque ele quis centrar o seu foque na fase exílica (Império Babilônico caldeu: Cainan) em diante.

   A emergência do Escolhido de Deus, que ocorre no contexto sócio-histórico Henoc II (cf. Gn 5, 24), Daniel representou na figura de uma pedra, por dois aspectos.

   Por um aspecto, a figura da pedra representa, metaforicamente, a unidade mínima componente de um todo complexo, no caso, “uma grande montanha“, ou seja, o “quarto animal”, o Império Romano.

   Por outro aspecto, Daniel atribui a essa “uma pedra”, acapacidade de movimento autônomo ou “que se desloca sem intervenção de mão alguma“. Isto é, o indivíduo tipo Filho do Homem, que é dotado de autoconhecimento, capacidade de diligência autônoma e consciência social crítica e transformadora, defensor da ética da responsabilidade individual. “Pedra” essa que interviria, de modo político-ideológico, no império Romano, invertendo os valores vigentes (a força física, a riqueza, a beleza exterior, etc.) representados nos “pés, que eram de ferro e barro”, e assim o desmoronaria (Dn 2, 34-35).  Desse modo, Daniel pode prever, no contexto do pleno estabelecimento do Império Romano (Henoc II pós-diluviano), a primeira vinda do Filho do Homem na Era pós-diluviana:

   “contemplavas (essa estátua) quando uma pedra se deslocou da montanha sem intervenção de mão alguma, veio bater nos pés, que eram de ferro e barro e os triturou… A pedra que havia batido na estátua, tornou-se uma alta montanha ocupando toda região” (Dn 2, 34, 35-b).


[1] Bíblia Ave Maria. No rodapé da p. 1213, referente a Os 2, 18, o exegeta esclarece: “Baal significa Amo, Senhor. Este termo é aplicado aos deuses cananeus”.

[2] Cf. Bíblia Ave Maria − Introdução − Antigo Testamento, p. 37-38.

[3] Cf. Burns, E. M. História da Civilização Ocidental, Porto Alegre, 1973, p. 115.

[4] Cf. Burns, E. M. História da Civilização Ocidental, Porto Alegre, 1973, p. 77.

[5] Cf. Aymard, A e Auboyer, J. História Geral das Civilizações, Tomo II Roma e seu império − QUADRO SINCRÔNICO − Oriente Próximo. Difel, RJ – SP, 1977, p. 207: “Destruição do poderio Assírio pelos babilônios e medos (tomada e destruição de Nínive em 612)”. Cf. Aymard, A. e Auboyer, J. História Geral das Civilizações, Tomo I O Oriente e a Grécia Antiga, 1º Volume, p. 169: “Assur e Nínive foram tomadas, saqueadas, entregues às chamas pelos vencedores medos e babilônicos”.

[6] Bíblia Ave Maria. Rodapé da p. 1070, referente a Jr 25, 11. O exegeta esclarece: “Na realidade o cativeiro em Babilônia durou sessenta e cinco anos, ou seja, aproximadamente, de 604 a 539, data da queda de Babilônia sob o domínio persa”.

[7] Bíblia Ave Maria. Rodapé da p. 1093, referente a Jr 46, 1.  

[8] Bíblia Ave Maria, rodapé da p. 992, anotação do exegeta referente a Isaías, C. 41, 2: Ciro vira rei de uma tribo no sul da Pérsia, em 549 a.C. Depois, ele assume, em cerca de 555 a.C., a liderança do império dos persas. A seguir, reuniu, em 549 a.C. persas e medos sob o seu comando. Por volta de 546 a.C., Ciro conquistou o império da Lídia. Em 539 conquista a Babilônia.

[9] Cf. Burns, E. M. História da Civilização Ocidental, p. 77, 99.

[10] Cf. Burns, E. M. História da Civilização Ocidental, p. 94.

[11] Cf. Fohrer, G. História da Religião de Israel, SP, 1982, p. 309.

[12] Cf. Burns, E. M. História da Civilização Ocidental. A civilização da Pérsia antiga, p. 98-99.

[13] Cf. Aymard, A e Auboyer, J. História Geral das Civilizações, Tomo II Roma e seu império – 3 As civilizações da unidade romana – Ásia Oriental. Difel, RJ – SP, 1977, p. 210-211.

[14] Burns, E. M. História da Civilização Ocidental, Porto Alegre, 1973, p. 194.

[15]Anjo (de Jesus)“. Lembro mais uma vez, que emprego a expressão “Anjo de Jesus” ou “Anjo do Senhor”, para me referir ao Jesus, que transmitiu mensagens ao João Evangelista, e que este Apostolo registrou tais mensagens no livro Apocalipse. Portanto, o Anjo de Jesus permanece vivo, na dimensão meta-subjetiva ou “espiritual”. nesta condição me refiro ao nosso Mestre, ao nomeá-lo Anjo de Jesus. Note que Tomé também chama Jesus de VIVENTE. Ele se chama o Vivente (cf. Ap 1, 18-a), em dois sentidos: enquanto sujeito dotado de autoconhecimento, da capacidade de diligência e de consciência social crítica e transformadora; e enquanto permanece vivo na dimensão meta-subjetiva. Vivente esse que incumbiu João de receber, registrar e divulgar o conteúdo do “livrinho aberto” (o Livro da Revelação ou Apocalipse), mas selá-lo (cf. Ap 10, 1-5). E, somente o revelar, quando João voltasse, junto à volta de Jesus, a fim de preparar a opinião pública, para a ocasião da volta de ambos, tanto a respeito do referido conteúdo como do sentido original da doutrina do Mestre (cf. Ap 10, 8-11).

[16] Cf. Evangelho de Tomé, 6ª edição, tradução de Leloup, Jean-Yves, Editora Vozes, Petrópolis, 2001, p. 15, no Prólogo, no item 3, etc.

[17] Bíblia de Jerusalém – Introdução a Daniel, p. 1245-1246: “O reino do Filho do Homem, a quem foi conferido todo o poder (Cf. Dn 7, 13-14). Esse misterioso Filho do Homem, que Dn 7, 18 e 21-27 identificam com a comunidade dos santos, é também sua cabeça, o chefe do reino escatológico, mas não é o Messias davídico. Essa interpretação individual tornou-se corrente no judaísmo e foi retomada por Jesus, que aplicou a si próprio o título de Filho do Homem para sublinhar o caráter transcendental e espiritual do seu messianismo (cf. Mt 8, 20+)”.

[18] Bíblia Ave Maria, p. 1205, ao rodapé da página, item 18, referente a Dn 11, 18. Cf. também a Bíblia de Jerusalém, p.1576, item “c”, referente ao Dn 11, 18: “As cidades marítimas: Antíoco, aproveitando-se da trégua com o Egito, voltou-se para a Ásia Menor, apoderando-se de cidades gregas e egípcias, sem preocupar-se com as advertências dos romanos, até o dia em que, em 190, em Magnésia do Sipilo, foi definitivamente derrotado pelo cônsul Lúcio Cornélio Cipião (aqui: o magistrado)”.

[19] Bíblia de Jerusalém, p.1577, item “b”, referente ao Dn 11, 29; item “c”, referente a Dn 11, 30.

[20] Cf. Machado, F. A. Teoria da História – Do grande mercado global pré-diluviano ao grande mercado global contemporâneo, RJ, 2010, p. 215-245. A “teoria da genealogia dos sucessores de Adão” foi abstraída, teve como exemplo e focalizou, o padrão em que se expandiu as etapas do Grande Mercado pré-diluviano (cf. Gn 5, 3-32). Primeiramente, em etapas de escalas imperiais: 1º. Set: 1ª Dinastia Egípcia; 2º. Enos: 2ª Dinastia; 3º. Cainan: 3ª Dinastia; 4º. Malaleel: 4ª Dinastia; 5º. Jared: 5ª Dinastia; 6º. Henoc: 6ª Dinastia, quando nesse contexto, “Henoc II [Osiris] andou com Deus, e desapareceu, porque Deus o levou” (Gn 5, 24). A seguir, adveio a 7ª etapa: Matusalém. A qual atua como etapa de transposição, da sucessão em escala imperial, para ascender ao estágio em grande rede global de mercados macrorregionais “Lamec III” (o 3º Lamec: cf. Gn 5, 25). Matusalém simboliza a fase histórica do Antigo Egito que é notadamente caracterizada pelo modelo feudal de formação social e um poderoso clero. Assim, essa 7ª fase é chamada, mais apropriadamente, por alguns historiadores, de Idade Feudal Egípcia (Cf. Burns, E. M. História da Civilização Ocidental, Editora Globo, Porto Alegre, 1975, p. 47). Outros historiadores chamam de I Período Intermediário, entre 2200-2040 a.C. (cf. Lévêque, Pierre. As primeiras Civilizações – Volume I, Os impérios do bronze, Edições 70 Ltda., Lisboa/ Portugal, 2001, p. 146-158). O estágio Matusalém (modelo feudal de formação social) engendrou, como resultante do seu processo de complexidade, o estágio Lamec III, que representa a grande rede global de mercados macrorregionais pré-diluvianos. Se o Mestre considerar Lamec como mera extensão do processo de complexidade do modelo feudal de formação social Matusalém, então, ele considera Matusalém-Lamec como uma mesma etapa, a 7ª. (cf. Machado, F. A. Idem, p. 232-236). Porém, se o Mestre considerar Lamec como uma etapa independente, então, ele a considera como a 8ª etapa (cf. Ap 17, 10-11). A grande rede global de mercados macrorregionais Lamec III do Grande Mercado pré-diluviano atingiu seu limite de expansão e complexidade, então, essa rede adentrou, abruptamente, na fase Noé de longo e vertiginoso processo de depressão sócioeconômica e política, acompanhado e profundas e generalizadas convulsões sociais, que os antigos rotularam de “dilúvio”. Essa fase Noé de depressão é rotulada por egiptólogos, de II Período Intermediário (1785-1580 a. C.) (Cf. Lévêque, Pierre, idem, p. 175-190). que foi acompanhado gradativamente da fragmentação tripartite da grande rede de mercados macrorregionais Lamec, em fase Noé do Grande Mercado pré-diluviano: Mesopotâmia e adjacências, representadas no signo “Sem”; Egito e adjacências, representados no signo “Cam”; ilhas e costas do Mediterrâneo, representadas no signo “Jafet”. (Cf, Gn 5, 32).

[21] Lévêque, Pierre. As primeiras Civilizações, Volume I – Os impérios do bronze, Lisboa / Portugal, 2001, p. 191.