O indivíduo entre as duas grandes consciências coletivas: Luz (Sol) versus Trevas (Lua)

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 Livro Maldição do templo do sacerdote Resgate do sentido original da doutrina de Jesus Art. 15.  (Art. 15, 2.5., p. 68-73) www.tribodossantos.com.br

Numa abordagem que podemos chamar de “macro sociológica”, o Filho do Homem entende a sociedade humana pela perspectiva de totalidade, ou melhor, pela noção que denominamos de “Estrutura do Sujeito Social”.[1] Estrutura ou totalidade esta cujo interior é concebido como um campo de forças interatuantes. A qual imprime o curso dialético (cíclico) ao processo de produção do conhecimento e respectivas transformações sócio-históricas em tempo muito longo: Dia, Tarde, Noite, Dia... O autor da Teoria da História registrada no livro Gênese, mostra que no quarto dia da criação, o campo de força Luz, que é filiado ao campo de força Espírito de Deus, ao iniciar sua fase Dia de hegemonia, então,  vem “presidido” por um indivíduo real existente, o qual é metaforicamente representado na figura do Sol. E, as Trevas também vem “presidida” por um indivíduo real existente, o qual é metaforicamente representado na figura da Lua. Estes fenômenos sócio-históricos se repetiriam nas fases Henoc (o segundo Henoc cf. Gn 5, 24) e Noé (cf. Gn 6, 9).   Nessa perspectiva, dois grandes Espíritos ou duas grandes Consciências Coletivas da Divindade e seus respectivos agentes travam, entre si, conflito no sentido de moldar a conduta dos indivíduos, notadamente os de senso comum (ervas). Indivíduos estes que são concebidos como as unidades mínimas componentes, simultaneamente, da mesma Divindade ou a mesma Totalidade.[2]

Os dois Espíritos ou Consciências Coletivas da mesma Divindade são: as Trevas ou Espírito Maligno (valorizado negativamente pelos grandes profetas individuais) da inércia ou morte , para a qual tendem os corpos; o Espírito de Deus (valorizado positivamente) do Trabalho Natura-social. Nessa perspectiva, o Espírito Santo da Divindade é concebido como a Consciência Coletiva Masculina do Deus Criador ou do Pai, ou seja, do Trabalho Natura-Social. Os indivíduos humanos consistem, por um aspecto, quanto ao campo social humano do Criador, nas unidades mínimas componentes deste. As quais são dotadas, igualmente, de “espírito” ou consciência, obviamente a nível individual. O Espírito Maligno das Trevas é concebido, também, como uma Consciência Coletiva, mas rotulada como que de ordem feminina, que não é exaltada como Deusa, senão numa linguagem esotérica hermética (cf. Gn 1, 26-a, 27). Pois, ela consiste no aspecto “feminino” (a inércia para a qual tendem os corpos) da mesma Divindade. Esta consciência coletiva pode ser chamada de Mãe Trevas. Os agentes das trevas são os ideólogos elitistas (intelligentsia; bloco ideológico) ou que atuem no sentido de se elitizarem.

A possibilidade de estabelecer sincronia ou contato, entre o indivíduo e a sua Entidade Coletiva ou Espírito Pai do Deus Criador se dá de modo imediato ou direto. Mas, através do caminho demonstrado exemplarmente e ensinado teoricamente, pelo Filho de Deus. Ou seja, demonstrado pela Luz ou “Sol” (indivíduo real existente que interpreta o papel social de Escolhido de Deus, Emanuel, etc., a exemplo da Luz e Sol Jesus Histórico). Neste sentido,  o Mestre disse:
Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim. Se me conhecêsseis, também certamente também conheceríeis meu Pai, desde agora já o conheceis, pois o tendes visto (os grifos em negrito são nossos)”. (Jo 14, 6-b-7);
    “Ainda por pouco tempo a luz está em vosso meio. Andai enquanto tendes a luz, para que as trevas não vos surpreendam; e quem caminha nas trevas não sabe para onde vai. Enquanto tendes a luz crede na luz, e assim vos tornareis filhos da luz (os grifos em negrito são nossos)” (Jo, 12, 35-b-36-a).

A sincronia ou contato acima apontado, não pode ocorrer tendo o sacerdote elitista como suposto intermediário. O qual atua, ideologicamente, como operador de grupo, moldando de modo alienado as condutas dos indivíduos membros do grupo religioso. Desse modo, o referido contato não pode ocorrer, através do grupo social religioso, o qual funciona como “grupo de lavagem cerebral” ou terapia de grupo submetido por “sacerdotes” (agentes da Mãe Trevas). Muito menos o templo-edifício pode servir como “casa de Deus”, nem intermediar tal sincronia. Pois, ele consiste numa invenção maligna criada por sacerdotes elitista, com a finalidade precípua de facilitar, ao referido tipo de sacerdote, atuar no sentido de fissurar e interditar a possibilidade de contato ou sincronia direta entre o Espírito Santo e o indivíduo. Assim, o sacerdote induz o indivíduo deslocar-se para o interior do templo-edifício, a fim de facilitar a tarefa que consiste em moldar a conduta deste indivíduo de modo alienado.

Do modo acima indicado, o sacerdote molda, através de recursos ideológicos (cultos, rituais, “grupo de lavagem cerebral” (terapia de grupo) e doutrinações macabras), no indivíduo, o tipo de conduta submissa e alienada. Cujo objetivo último é explorar, economicamente, as forças de trabalho dos indivíduos. Pois, a característica mais marcante do intelectual elitista é a sua aversão as trabalho material e serviços práticos. E, o tipo alienado e submisso de conduta individual da ovelha é adequado, plenamente, à manutenção do modelo injusto (piramidal) de relações sociais e do respectivo modelo de formação social.

Ora, o Espírito Santo do Deus de Jesus e de Moisés é, caracteristicamente, o Deus do amor e da justiça social, preferencialmente no tocante àqueles que são injustiçados, ou seja, as “viúvas e os órfãos”. Segmentos sociais estes que constituíam, sobretudo na antiguidade, a massa dos segmentos pobres trabalhadores e dos excedentes destes.

No sentido acima indicado, o Espírito do Deus Pai atua, através do seu Filho Primogênito, Luz ou Sol, no interior da totalidade, campo de forças interatuantes ou Estrutura do Sujeito Social, no sentido de habitar ou estabelecer sincronia com suas unidades mínimas, cada indivíduo. Mas, esse modo de atuação do Espírito do Deus Pai é interditado pelo Espírito da Mãe Treva. A qual exerce interdição através dos seus agentes, os ideólogos hegemônicos (teólogos, sacerdotes, filósofos, cientificistas, etc.), ou os intelectuais que atuam objetivando ascender socialmente, no sentido de se integrar ao bloco ideológico. Como resultado desta interdição, o Espírito de Deus fica como que “pairando” ou interditado em relação à sua base “águas (cf. Gn 1, 1-2).[3] Isto é, em relação à massa dos indivíduos humanos relacionados entre si, através das interações significativas (línguas). Massa esta simbolizada no signo “águas”. O Mestre conhecia este significado do signo “águas” e o revelou ao João:

“O anjo me disse: ‘As águas que viste, à beira das quais a prostituta (ideólogos; intelligentsia) se assenta, são povos e multidões, nações e línguas” (Ap 17, 15).
    O “Sol” Jesus Histórico irradiou sua Luz, durante o período DIA do curso sócio-histórico em tempo muito longo. Período esse que se propagou pelo mundo, durante uma fase relativamente curto (cerca de 300 anos), em relação à fase TARDE e à NOITE, que haveriam de vir. Pois, logo após os sacerdotes planejarem, exigirem e obterem a morte do Mestre, a “Lua” também emergira, ou seja, emergira Paulo de Tarso o Anticristo. O qual desencadeou, gradativamente, através dos seus herdeiros (clero católico, ortodoxo, etc.) a fase “TARDE” (Idade das trevas e a segunda fase da Idade Média). Com o recrudescimento do mercado global e o início da Idade Moderna, então, adveio a fase NOITE. Agora, desponta nova fase DIA.
Esclarecemos os significados relativos aos signos “trevas” e “Luz“, na parte da Teoria da História que chamamos de Sistematização Teórica (1° dia da criação); e esclarecemos, também,  os significados pertinentes aos correlatos signos “Lua” e “Sol“, na parte da Sistematização Teórica que chamamos de “4° dia da criação“.

[1]. Cf. Machado, F. A. Teoria da História – Do grande mercado global pré-diluviano ao grande mercado global contemporâneo, p. 256-271.

http://tribodossantos.com.br/pdf/Teoria%20da%20Hist%C3%B3ria%20-%20introdu%C3%A7%C3%A3o.pdf

[2] Cf. http://tribodossantos.blogspot.com.br/2013/04/a-segunda-fase-da-formacao-da-estrutura.html (A segunda fase da formação da Estrutura do Sujeito Social, e sua representação topográfica (Art. 41, 3.7.2., p. 266-271)

[3] Cf. http://tribodossantos.blogspot.com.br/2013/04/as-aguas-da-teoria-da-historia-primeira.html (As águas da Teoria da História – Primeira fase da formação da Estrutura do Sujeito Social e sua representação topográfica (Art. 40, 3.7; 3.7.1, p. 257-266):