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(Art.2º) 1. O Conflito entre Paulo o Anticristo e os verdadeiros Apóstolos de Jesus: II Coríntios, Capítulo 11, Versículos 1-6 (delimitação do trecho principal).
Paulo o Anticristo temia que fiéis da sua igreja de Corinto fossem “enganados” por determinados elementos, que ele considerava serem astutos, “como a serpente que enganou Eva” (cf. 2Cr 11, 3). Ou seja, O Anticristo considerava que tais elementos seriam dotados de discurso falseado, mas poderosamente sedutor. Elementos que pregavam interpretações diferentes da dele, com relação a Jesus, ao Espírito e ao Evangelho. Enfim, o Anticristo receava que alguns fiéis da igreja de Corinto estivessem aceitando estas interpretações de boa mente. Paulo o Anticristo se comparou com tais elementos e afirmou não ser em nada inferior a eles, e considera-se de pouca eloquência, mas bem aparelhado da ciência. O Anticristo identificou tais elementos como sendo os verdadeiros Apóstolos de Jesus, os quais eram considerados notáveis na igreja de Corinto. Ele sugere, entretanto, que essa notabilidade deveria ser depreciada, e se refere, de modo exclamativo, aos genuínos Apóstolos, colocando entre aspas a condição de eminência, no tocante a condição de genuínos e fiéis apóstolos de Jesus: “esses ‘eminentes” apóstolos! (cf. 2Cr 11, 5-b). Desse modo, Por um lado, Paulo o Anticristo deprecia as condições de fiéis Apóstolos de Jesus, pertinentes às pessoas de Tiago, João, Judas Tadeu, Mateus, Tomé, etc. E, por outro lado, ele exalta, implicitamente, a falsa condição de apóstolo que ele arvorava ser, e exalta, também, a sua interpretação falseada acerca da verdadeira doutrina, que o Mestre Jesus houvera ensinada aos genuínos Apóstolos. Vejamos o trecho (perícope) em questão:
“Oxalá suportásseis um pouco de loucura de minha parte! Oh! Sim, tolerai-me. Eu vos consagro um carinho e amor santo, porque vos desposei com um esposo único e vos apresentei a Cisto como virgem pura. Mas temo que, como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim se corrompam os vossos pensamentos e se apartem da sinceridade para com Cristo. Porque quando aparece alguém pregando-vos outro Jesus, diferente daquele que vos temos pregado, ou se trata de receber outro Espírito, diferente do que haveis recebido, ou outro Evangelho diverso do que haveis abraçado, de boa mente o aceitais. Mas penso que em nada tenho sido inferior a esses “eminentes” apóstolos! (o grifo é nosso) Pois, embora eu seja de pouca eloquência, não acontece o mesmo quanto à ciência: é o que em tudo e em cada passo vos temos manifestado”. (2Cr 11, 1-6)
O texto acima mostra que havia, indubitavelmente, conflito entre, de um lado, Paulo o Anticristo motivado por ciúme e ressentimento, e de outro lado, aqueles que ele considerava, depreciativamente, como “eminentes apóstolos”. (NOTA nº 1: Neste trecho das satânicas Epístolas de Paulo o Anticristo, este se refere, sem dúvida alguma, aos fiéis e genuínos Apóstolos de Jesus (Tiago, João, Mateus, Judas Tadeu, etc.). Neste sentido, cf. Bosch, Jordi Sánchez. Escritos Paulinos: introdução ao estudo da bíblia, Ed. Ave Maria, São Paulo, 2002, p. 216-217). O conflito se deve ao fato destes Apóstolos estarem pregando, na igreja de Corinto, interpretações contrárias às que Paulo o Anticristo houvera pregado, anteriormente, a respeito de Jesus, do Espírito e do Evangelho. Conflito na disputa pela moldagem da opinião do público pertencente a essa igreja.
- Contexto literário do conflito, no trecho antecedente ao trecho principal: II Coríntios, capítulo 10, versículos 12-18.
Paulo o Anticristo se refere aos limites que demarcavam dois diferentes campos de ação ou domínio, e, dois diferentes grupos empenhados em pregar o “Evangelho do Cristo”, cada qual dentro de um desses dois campos. E, identifica um desses dois campos, em se tratando de Corinto – com vistas aos gentios – e demais países gentios além deste. O Anticristo afirma que este quadro de ação fora predeterminado ao seu grupo. Ele Deixa implícito que o domínio reservado ao outro grupo, tratava-se de não-gentios, ou seja, judeus circuncidados, estando estes na Palestina ou fora dela. Paulo o Anticristo exime-se de se comparar com aqueles do outro grupo, nem se considera igual a eles, por que lhes atribui uma condição inferior à sua. Considera que os membros do outro grupo dão prova de pouco bom senso, à medida que glorificam a eles próprios e medem-se nesta mesma própria medida. Ao contrário desta postura, Paulo o Anticristo glorifica-se apenas na medida em que cumpre, efetivamente, sua missão: levar o “Evangelho” aos gentios, sem se ufanar do trabalho do outro grupo. O Anticristo conclui que ele glorifica-se no Senhor e essa sua missão específica é aprovada, em razão de ser ela recomendada por Deus:
“Em verdade, não ousamos equiparar-nos nem comparar-nos com alguns que se preconizam a si próprios. Medindo-se ele conforme a sua própria medida e comparando-se consigo mesmos, dão provas de pouco bom senso. Nós outros, não nos gloriaremos além da medida, mas permanecermos dentro do campo de ação que Deus nos determinou, levando-nos até vós. Não passamos além dos limites. Estaríamos passando, caso não houvéssemos chegado até vós. – Ora, realmente temos chegado até vós, pregando o evangelho do Cristo. Não nos ufanamos além da medida, cobrindo-nos de trabalhos alheios. Esperamos que, com o progresso de vossa fé, nossa obra cresça entre vós dentro do quadro de ação que nos foi determinado. Assim esperamos levar o evangelho aos países que ficam além de vós, sem nos gloriarmos das obras realizadas por outros dentro do domínio reservado a eles. Ora, quem se gloria, glorie-se no Senhor. Pois, merece a aprovação não aquele que se recomenda a si mesmo, Mas aquele que o Senhor recomenda”. (2Cr 11, 12-18).
No trecho agora em tela, o Anticristo demonstrou sua posição contrária e irônico desprezo, para com o modelo de glorificação que os membros do outro grupo arvoravam ser seus atributos. Paulo o Anticristo glorifica-se na medida em que leva a sua interpretação falseada do “Evangelho” aos gentios, cumprindo essa sua missão e respeitando os limites do campo de ação que diz, falseadamente, ter-lhe sido atribuída por Deus. O Anticristo identificará, na perícope seguinte (2Cr 11, 1-6), em se tratando dos verdadeiros “eminentes Apóstolos” de Jesus.
2.1. Contexto literário do conflito, no trecho subsequente ao trecho principal: II Coríntios, capítulo 11, versículos 7-15.
Paulo o Anticristo defende-se afirmando não haver cometido a falta de explorar os seguidores da igreja de Corinto, para se sustentar nesta cidade, onde seu prestígio estava abalado. Ele admite haver subtraído de outra igreja valores para seu sustento. E, afirma que continuaria a proceder do mesmo modo, para invalidar “todo Pretexto” em que os membros do outro grupo se apoiavam, para se envaidecerem e firmarem-se como autoridades de Apóstolos, recebidas do Senhor. Por “todo pretexto”, Paulo o Anticristo quis dizer que os verdadeiros Apóstolos de Jesus e os fiéis seguidores destes desmascaravam e acusavam-no de passar, falsamente, por Apóstolo do Senhor Jesus. Acusavam-no, ainda, de se arvorar, falsamente da condição de autoridade de Apóstolo de Jesus, para subtrair valores dos fiéis, a fim de financiar seu sustento e o da sua satânica contrarrevolução, precisamente contra o genuíno movimento revolucionário em favor do igualitarismo desencadeado pelo Jesus Histórico.
Paulo o Anticristo elaborou um discurso falseado, que aparenta inverter a situação, para assim se arvorar, falsamente, da condição de Apóstolo de Jesus e usufruir da condição de autoridade que os verdadeiros Apóstolos desfrutavam junto ao povo, no tocante à verdadeira doutrina de Jesus. Neste sentido, ele diz que os membros do outro grupo queriam usufruir, como “falsos apóstolos”, desses mesmos títulos que ele reivindicava para si e para os demais ideólogos que integravam o seu grupo. Pois, Paulo o Anticristo alegara, falsamente, ter recebido de Deus, o título e a autoridade de Apóstolo, para pregar o Evangelho aos coríntios, e que isto seria motivo de se gloriar (cf. 2Cr 10, 8). O Anticristo afirmou que a verdadeira interpretação do Evangelho do Cristo estaria com ele. Os verdadeiros Apóstolos de Jesus acusavam Paulo o Anticristo de explorar as ovelhas e de passar, falsamente, por Apóstolo. O Anticristo irou-se e em contrapartida classificou os verdadeiros Apóstolos de Jesus dos piores atributos possíveis: falsos Apóstolos; operários desonestos disfarçados de Apóstolos do Cristo; Satanás disfarçado de anjo de luz e seus ministros disfarçados de ministros da justiça. Paulo de Tarso o Anticristo concluiu afirmando que o fim daqueles que ele chama de falsos Apóstolos, corresponderá ao fim das obras por estes criadas. Vejamos o trecho em apreço:
“Porventura cometi alguma falta, em vos ter pregado o Evangelho de Deus gratuitamente, humilhando-me para vos exaltar? Para vos servir despojei outras igrejas, recebendo deles o meu sustento. Estando convosco e passando alguma necessidade, não fui pesado a ninguém: porque os irmãos que vieram da macedônia supriram o que me faltava. Em tudo me guardei e me guardarei de vos ser pesado. Tão certo como a verdade de Cristo está em mim, não me será tirada esta glória nas regiões de Acaia. E por quê?… Será porque não vos amo? Deus o sabe! Mas o que faço, continuarei a fazer, para cortar pela raiz todo pretexto àqueles que procuram algum pretexto para se envaidecerem e se firmarem iguais a nós. Esses tais são falsos apóstolos, operários desonestos, que se disfarçam em apóstolos de Cristo. O que não é de espantar: pois, se o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz, parece bem normal que seus ministros se disfarcem em ministros da justiça (o grifo é nosso), cujo fim, no entanto, será segundo as suas obras”. (2Cr 11, 7-15).
A citação acima mostra a natureza e a gravidade da acusação que pesava sobre Paulo de Tarso o Anticristo e seu grupo de ideólogos: explorar, através de mentiras e má intenção, economicamente os membros das comunidades cristãs, para se sustentarem. Este foi o primeiro passo dado pelo Anticristo e seu grupo, no sentido da institucionalização de uma comunidade estruturada de modo hierarquizado. Pois, a autodefesa de Paulo o Anticristo se contrapunha à gravidade da acusação, que os notáveis de Jerusalém desfechavam contra ele e seu grupo de ideólogos funcionais. Os Santos de Jerusalém perceberam, logo no início, que o Anticristo estava dando os primeiros passos, não declarados, para a institucionalização de uma estrutura hierarquizada, nas comunidades que este exercia alguma influência. Primeiros passos estes dados no sentido diametralmente oposto à proposta de Jesus. Neste sentido, o Anticristo se utilizava, maquiavélica e sofisticadamente, tanto do forte carisma que a lembrança do Jesus histórico desfrutava junto ao povo como de alguns pontos da doutrina deste. Mas, o Anticristo adulterava e invertia, de modo sofisticadamente maligno, os pontos cardeais da doutrina do Filho do Homem. A verdadeira intenção perversa de Paulo o Anticristo e do seu grupo de ideólogos elitista se tornou evidente e se patenteou nas suas satânicas Epístolas ou cartas pastorais, conforme Mazzarolo esclarece: (NOTA nº 2: Mazzarolo, Isidoro. Paulo de Tarso – Tópicos de Antropologia Bíblica, 2ª edição, Edição de, Mazzarolo, I., Rio de Janeiro, 2000, p. 121)
“Nas cartas pastorais já está patenteada uma prática e ao mesmo tempo uma estruturação hierarquizada”.
Mais tarde, a intenção de Paulo de Tarso o Anticristo e do seu grupo de ideólogos elitista se alicerçara, restaurando o modelo piramidal do Sinédrio, malgrado o Filho de Deus e os seus verdadeiros Apóstolos. Neste sentido, Mazzarolo nos fornece mais esclarecimentos: (NOTA: Idem, Paulo de Tarso – Tópicos de Antropologia Bíblica, p. 122)
“É muito mais tarde que o serviço do anúncio vai assumir características semelhantes às dos sacerdotes e sumo-sacerdotes judaicos. No topo da comunidade estava o bispo...”
Paulo o Anticristo procedeu, semelhantemente, ao modo como procediam os sacerdotes fariseus, saduceus e os demais membros do Sinédrio, sobre o povo pobre judeu. Assim, ele atuou, ainda em radical oposição ao modelo igualitário, fraternal e radicalmente pacifista de formação social religiosa preconizado pelo Jesus Histórico, e empreendido pelos seus fiéis e verdadeiros Apóstolos (cf. At 2, 42-47; 4, 32-35). Modelo este que já vinha sendo praticado, pelos notáveis e genuínos Apóstolos e demais membros da comuna de Jerusalém.
O trecho em tela mostra, ainda, a extrema intensidade com que Paulo o Anticristo se opunha aos notáveis Apóstolos de Jerusalém. Estes são os mesmos que o Anticristo denomina, ironicamente, de “eminentes Apóstolos”, no trecho (perícope) principal.
É oportuno notar que o trecho em foco marca, por um aspecto, o conflito, e por outro, a ruptura explícita entre o grupo de ideólogos elitistas liderados por Paulo de Tarso o Anticristo, e, os verdadeiros e fiéis Apóstolos do Filho de Deus.
O cerne do conflito e de seus motivos se encerra no capítulo 11, versículo 14, em que o Anticristo conclui seu exaltado e iroso discurso, contra os Santos de Jerusalém. Paulo o Anticristo deixa claro e evidente seu ardoroso desejo, de que tanto os eminentes Apóstolos como as obras que estes vinham executando tenham fim. Ou seja, o Anticristo desejava, ardentemente, que os verdadeiros Apóstolos fossem martirizados, e que assim deixassem de lutar pela libertação dos indivíduos pobres, do jugo sedutor exercido sobre estes, por ideólogos elitistas. Enfim, Paulo de Tarso o Anticristo obrava, fanaticamente, no sentido de que os genuínos Apóstolos deixassem de manter e de avançar com a revolução igualitária fraternal, tanto sobre judeus como sobre gentios. Os versículos seguintes e o capítulo doze são retóricas secundárias e redundâncias (cf. 2Cr 11, 6): “Repito…”
(CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO, AGUARDEM)