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Com o objetivo de resgatar o sentido original da doutrina do Jesus Histórico, então, vamos resgatar, no presente artigo, o sentido original das noções inscritas na ação simbólica da partilha do pão e do vinho, que na Ceia Pascal foram expostas. E, confrontar essas noções com a diabólica noção de eucaristia ensinada e praticada por teólogos e sacerdotes católicos. Desse modo, esperamos contribuir para que a genuína noção de glória e a de glorificação ou sacrifício perpétuo possam ser, hoje, entendidas e aplicadas para desmascarar e combater a maldita eucaristia dos teólogos e sacerdotes católicos. Nesta direção, pesquisamos a genealogia da eucaristia, e constatamos que ela se originou a partir de Paulo de Tarso o Anticristo, como adulteração forjada com o objetivo de combater o sentido original das revolucionárias noções de Glória e de Glorificação a Deus. Noções com as quais o Jesus Histórico operava, e ensinara aos seus fiéis discípulos, através da ação simbólica em tela, que fora celebrada como múltiplos pactos na Ceia pascal: 1. Pacto Nova Aliança, isto é, nova em relação à Antiga Aliança; 2. Pacto da Unidade; 3. pacto de sangue ou de morte; 4. pacto de “vida”
Constatamos, ainda, que essa adulteração e respectivo objetivo tiveram início através de Paulo de Tarso o Anticristo. O qual iniciou o processo de adulteração e de forjamento das noções de Glória e de Glorificação. Neste sentido, o Anticristo inventou a estória que todos estavam privados da gloria, e que o motivo da gloria estava eliminado porque todos pecaram. E, que ela fora substituída por uma atitude subjetiva e imaginária: a diabólica fé paulina. Ou seja, a fé na lembrança da figura imaginária e carismática do Jesus crucificado, e não na árdua “obra”, isto é, na conduta objetiva de luta empreendida por este durante anos, na tentativa de criar uma sociedade mais justa, igualitária, descentralizada, fraterna, e pela libertação dos indivíduos. Por esse tipo de fé (paulina) estaria justificado, gratuitamente – a ideologia da graça -, todo indivíduo alienado e que não lutasse para se libertar do domínio ideológico exercido por sacerdotes, nem ajudasse na libertação de outros indivíduos, e tão pouco lutasse por uma sociedade mais justa e fraterna. Neste sentido, Paulo o Anticristo escreveu:
“Com efeito, todos pecaram e todos estão privados da glória, e são justificados gratuitamente por sua graça: tal é a obra da redenção realizada por Jesus Cristo (…) Onde está, portanto, o motivo de se gloriar? Foi eliminado. Por que lei? Pela das obras? Não, mas pela lei da fé. Porque julgamos que o homem é justificado pela fé… (os grifo em negrito são nossos)” (Rm 3, 23, 27-28)
Seguindo as diretrizes instituídas por Paulo o Anticristo, o dogma da eucaristia foi inventado e aprimorado, durante os séculos XII e XIII, por “teólogos católicos”, e teve um objetivo mais que escuso, ele teve objetivo satânico.[1] Tais teólogos visaram dissimular e combater àquilo que o Jesus Histórico ensinou aos seus discípulo: a Glória de Deus ou holocausto perpétuo. Doutrina e respectiva prática estas altamente revolucionária, que os primeiros e genuínos discípulos do Mestre aprenderam e também praticavam, e que imbuía esses discípulos de intenso moral, ânimo e força, para avançar com a revolução desencadeada pelo Mestre. Revolução em prol do igualitarismo horizontal, de descentralização política, da justiça, da fraternal e do pacifismo radical
A noção de Glória está inscrita no sentido original altamente revolucionário da simbologia elaborada e praticada, na ação simbólica (a partilha e a assimilação de vinho com pão) dirigida, na Ceia, pelo Mestre Jesus Histórico junto aos seus doze discípulos.[2] Os “novos escribas” (teólogos católicos) procederam desse modo, porque o aludido sentido original é altamente revolucionário, por dois aspectos. Por um aspecto, o tal sentido implica em motivar, fortemente, o indivíduo empenhado na luta para libertar as ovelhas-robô (senso comum = erva) da submissão ideológica e da exploração econômica exercidas por tais sacerdotes. Por outro aspecto e por isso mesmo, o aludido sentido original vai de encontro, precisamente, aos teólogos e sacerdotes e aos interesses escusos destes.
Para fundamentar e expormos o tema acima apontado, faz-se necessário demonstrar, que o contra-revolucionário dogma da eucaristia consistiu numa segunda fase do processo de adulteração do sentido original da simbologia revolucionária contida na ação simbólica em tela. Cuja primeira fase de combate e adulteração fora desenvolvida pelo bloco ideológico judeu, no interior do qual se destacou o teólogo fariseu Paulo de Tarso o Anticristo (discípulo do mestre fariseu chamado Gamaliel). No presente artigo, abordaremos apenas os significados inscritos na ação simbólica da partilho do pão e do vinho. A qual foi dirigida por Jesus junto aos seus principais discípulos: 1. A Nova Aliança, isto é, nova em relação à Antiga Aliança; 2. Pacto da Unidade; 3. Pacto de sangue ou de morte; 4.Pacto de “vida” .
A ação simbólica da partilha e a assimilação do pão e do vinho na Ceia Pascal
Os indivíduos em geral podem apresentar gestos e/ou movimentos que expressam, por si só, significados, os quais podem ser acompanhados de discursos esclarecedores concernentes. Esses gestos e/ou movimentos e respectivos discursos correspondem às conhecidas ações simbólicas próprias dos profetas em geral, e em particular dos grandes profetas individuais, e aplicadas, também, pelo Profeta Maior, Jesus.[3] A Ceia Pascal protagonizada pelo Mestre e seus discípulos é um exemplo disso. Ela nos ajuda a entender os significados da partilha do pão e do vinho, e, do “sacerdócio segundo a ordem de Melquisedec” (Cf. Gn 14-18; Sl 109, 1-4). Pois, vamos explicar detalhadamente os significados das ações, nela protagonizadas pelo Mestre e seus discípulos.
Antes de explicarmos os significados das ações simbólica apresentadas na Ceia, convém observarmos alguns aspectos importantes, tanto pertinentes aos dias que a precederam como estavam também nela presentes. Na perspectiva do Jesus Histórico, o contexto histórico anterior e durante a Ceia Pascal expressou, por um aspecto, a consciência de que ele estava na iminência de ser assassinado, em decorrência da sina assassina dos sacerdotes e dos “anciãos do povo” (cf. Mt 26, 47). Pois, O Mestre sabia que tais assassinos vinham planejando (cf. Mt 22, 15-22; 26, 1-5; Jo 3, 14-15; 7, 1, 25; 8, 20, 37, 40; 10, 31-33; 11, 47-50), exigiriam (Jo 19, 4-6) e obteriam a sua crucificação. Neste contexto grave, o Mestre admitiu estar muito emocionado. Mas, decidido a levar até as últimas consequências a luta pela libertação dos indivíduos das garras ideológicas dos sacerdotes, e cumprir o holocausto perpétuo, isto é, a glorificação. Assim, Jesus atribuiu ao próprio Pai conduzir o destino, que lhe iria ceifar a vida. Em outros termos, atribuiu ao Pai glorificar o magnânimo poder, que esta Divindade possui. Magnânimo poder de atuar no sentido de libertar, através do Filho e os fiéis seguidores deste, os indivíduos das garras alienantes dos teólogos e sacerdotes:
“presentemente a minha alma está perturbada. Mas que direi?… Pai, salva-me desta hora… Mas é exatamente para isso que vim a esta hora. Pai, glorifica o teu nome!” (Jo 12, 27-28-a).
No mesmo contexto acima apontado, o Mestre entendeu que estava, também, na hora de propor aos seus discípulos mais fiéis e próximos, um pacto forte, isto é, de “vida” e de morte. Chegara o momento do Filho de Deus celebrar e selar o pacto da NOVA ALIANÇA. Pois, os seus discípulos consistiam nas lideranças que o Mestre vinha preparando, para elas darem prosseguimento ao movimento revolucionário, após os sacerdotes obterem a morte do líder. Essas lideranças estariam, ao participarem do referido pacto, autorizadas e efetivamente iriam estende esse pacto a qualquer indivíduo que nele quisesse aderir, em todas as partes do mundo, onde o movimento revolucionário pelo igualitarismo horizontal penetrasse. Note que esse pacto forte, o pacto da NOVA ALIANÇA se estende e pode ser aplicado, nos dias de Hoje, por quem quiser seguir o sentido original da doutrina de Jesus, sobretudo para preparar a segunda vinda do Mestre, pois ela está próxima.
O Mestre escolheu a oportuna ocasião da “Páscoa”. Isto é, quando cada família israelita se reunia para comemorar a concretização da Antiga Aliança: ceia ritual do cordeiro pascal, cerimônia especialmente comemorativa da saída, do povo sem terras (apiru: origem etimológica do termo “hebreu”), da condição de escravo e do Egito:[4]
“No primeiro dia dos Azimos, os discípulos aproximaram-se de Jesus e perguntaram-lhe: ‘onde queres que preparemos a ceia pascal?’ Respondeu-lhe Jesus: ‘ide à cada de um tal, e dize-lhe: O Mestre manda dizer-lhe: Meu tempo está próximo. É em tua casa que celebrarei a Páscoa com meus discípulos (o grifo em negrito é nosso)”. (Mt 26, 17-18).
Jesus escolheu a ocasião da Páscoa, que se tratava de símbolo da respectiva Antiga Aliança. O objetivo dessa escolha foi pôr em evidência tanto a relação de sequência como a diferença entre esta e a Nova Aliança, que o Mestre celebraria e selaria, durante a Ceia. A Antiga Aliança fora feita entre Iahweh e o povo hebreu, através de Moisés, a partir do Sinai, mas iniciada ainda no Egito (cf. Ex 3, 14; 4, 29). A Nova Aliança seria celebrada e selada, então, em Jerusalém, entre o Pai Iahweh e o indivíduo, isto é, cada indivíduo presente, através do Filho de Deus, na Ceia Pascal. Pacto este extensivo a qualquer indivíduo que quisesse nele aderir, mundo afora.
Ainda no contexto que precedeu, imediatamente, à Ceia Pascal liderada pelo Mestre, este pôs em evidência as condições que a noção de “honra”, isto é, “glória” pode ser aplicada ao indivíduo que aderisse ao referido pacto. Ele pôs em evidência, também, que as noções de glória e de glorificação estariam, relevantemente, presentes nas ações simbólicas, que iria dirigir na Ceia, isto é, na Nova Aliança. O indivíduo que quisesse ser, efetivamente, seu discípulo: deveria segui-lo. Ou melhor, deveria proceder de modo análogo como o Mestre vinha procedendo, e estava determinado a continuar nessa direção: lutar até ao limite, pondo em risco a própria vida. No sentido de combater os teólogos e sacerdotes de modo geral, e também todo e qualquer tipo de ideólogo elitista, ao exemplo dos teólogos e sacerdotes fariseus e saduceus, com o objetivo de libertar os indivíduos do estado de sedução, alienação, submissão ideológica e exploração econômica exercida por tais ideólogos. Desse modo, por um aspecto, Deus glorifica o indivíduo que seguir, fielmente, a conduta do Mestre, e por outro aspecto, este nosso indivíduo estaria glorificando o Deus Pai Iahweh. Neste sentido, o Mestre sentenciou:
“Quem ama a sua vida, perdê-la-á; mas quem odeia a sua vida neste mundo, conservá-la-á para a vida eterna. Se alguém me quer servir, siga-me; e onde eu estiver, estará ali também o meu servo. Se alguém me serve, meu Pai o honrará” (Jo 12, 25-26)
O quadro acima põe, claramente, em evidência, a grande importância para o Jesus Histórico, tanto da noção de “glória” como do ato de glorificar (glorificação) a Deus, e de ser glorificado por Deus. O indivíduo somente pode ser glorificado pelo Pai, na medida em que tal indivíduo glorifique, segundo sua conduta, o Pai. O ato de glorificar e ser glorificado por Deus, também é denominado de “holocausto ou sacrifício perpétuo”.
O Filho de Deus propôs e estabeleceu, enquanto porta-vos do Espírito Santo do Pai, um novo pacto, isto é, uma Nova Aliança, entre estes e cada indivíduo. Essa Nova Aliança apresenta cinco aspectos principais: 1. É Nova em relação à Antiga Aliança; 2. Pacto da Unidade; 3. Pacto de “vida”; 4. Pacto de morte; 5. Pacto do modelo servo de “diretriz pastoral” (liderança político intelectual).
- Vejamos o Pacto da Nova Aliança. É novo em distinção à Antiga Aliança feita à época de Moisés, no Sinai, que foi concretizada ainda no Egito (Cf. Ex 3, 7-14; 4, 29), e concluída ainda no deserto (Cf. Ex 24, 4-8+). Este pacto fora estabelecido, através de Moisés, no Sinai, entre o próprio Pai Iahweh e uma determinada coletividade, que Deus houvera elegido. Comunidade esta constituída de “hebreus” (apiru ou hapirus). Ou seja, povos sem terra oriundos de diferentes tribos, nações e lugares. Os quais estavam reunidos e escravizados no Egito.[5] Conjunto de escravos estes que Iahweh incumbira Moisés de libertar do Egito, e constituir, a ferro e fogo, em uma única identidade cultural nacional, e conduzi-lo à terra de Canaã, para lá estabelecê-lo. Este povo teria que carregar, involuntária e irrecusavelmente, consigo a Lei sócio-histórica (Teoria da Historia), e preparar, também involuntariamente, a ulterior emergência do novo Ungido de Iahweh. Ungido este que estaria incumbido de celebrar e selar o pacto da Nova Aliança, então, não com uma determinada coletividade, mas entre Iahweh e o indivíduo. Neste sentido, Moisés inculcou, indelevelmente, na identidade cultural dos hebreus, a referida Lei sócio-histórica, que os teólogos e sacerdotes hebreus adulteraram, mas que os grandes profetas individuais preservaram, através de escritos feitos na forma de alegorias herméticas, para impedir que esses ideólogos adulterassem, porque nada entendiam.
No pacto anterior (Antiga Aliança), entre Iahweh e a nação israelita, esta ficou incumbida de preservar a “Lei”, isto é, a Teoria da História, malgrado os sacerdotes pseudo mosaicos, “escribas” (teólogos), sábios e falsos profetas que a deturparam e perderam-na. Além disso, esses ideólogos forjavam e atribuíam a Moisés inúmeras leis, cultos e tradições com peso de lei. Moisés registrara a Teoria daHistória através de escrita do tipo hieroglífica, cujos ideogramas (sinais de anotação das escritas analíticas, a exemplo do hieróglifo egípcio) se apresentam no modelo do tabernáculo e no de suas mobílias e alguns poucos rituais (Cf. Ex 25, 8+; 26, 1+; 27, 1+).[6] Além dessa “Lei” sócio-histórica, Iahweh deixou inculcado, através de Moisés, na identidade cultural da nação israelita, alguns poucos mandamentos ou normas de conduta (Cf. Ex 24, 12) formulados de modo apodítico.isto é, verdade ou argumento evidentes por si, não necessitando de provas para serem compreendidos e aceitos. Mandamentos estes inculcados, também, a ferro e fogo. Desse modo, a nação israelita vem carregando, notadamente, em sua identidade cultural a Teoria da História, malgrado os sacerdotes-serpente israelitas pseudo mosaicos. As religiões pseudo-cristãs (Igreja, Igreja Ortodoxa, diversas denominações protestantes e evangélicas, etc.) derivadas, em parte, da referida identidade cultural, também vêm carregando, malgrado as respectivas imundícies teológicas e sacerdotais, a Teoria da História em tela escrita na Bíblia Sagrada,
A Nova Aliança foi estabelecida, através do Filho do Homem, em Jerusalém, entre Iahweh, isto é, o Espírito do Deus Pai, e cada indivíduo presente na Ceia. Pacto este extensivo a todos os demais indivíduos, que a ele quisesse aderir, segundo os termos propostos, em qualquer época e lugar. Na Nova Aliança, o respectivo Novo Testamento é a genuína doutrina ensinada pelo Mestre, na qual o aspecto psicológico é relevante. Ou seja, a auto terapia psicológica elaborada e ensinada pelo Jesus Histórico, o qual a oferece ao indivíduo, como uma importante e eficaz “espada”, isto é,um instrumento de luta e de libertação. Pois, a auto terapia psicológica de Jesus se destina ao indivíduo, que é concebido, por um aspecto, como um sujeito estruturado, nos termos de um conjunto complexo de conduta, e por outro, como a “unidade mínima” (“pedra” ou “tijolo”) de um todo complexo, o “edifício” social. O Senhor atua no sentido de transformar e aprimorar a sociedade humana concebida como totalidade, através do aprimoramento das suas unidades mínimas componentes, o indivíduo ou pessoa humana. Nesta direção, o Pai atua no sentido de desenvolver, no indivíduo, a condição de “pedra viva” desse “edifício”, isto é, transformá-lo em “indivíduo autoconsciente, autodiligente e dotado de consciência social crítica e transformadora”. O indivíduo é concebido como sujeito estruturado, também, à semelhança do Criador, ou seja, à semelhança da Estrutura do Sujeito Social, conforme veremos em outra oportunidade.
- Vejamo, agora, o Pacto da Unidade. Este pacto consiste na Unidade, isto é, a não-separação na conduta de cada indivíduo, entre, de um lado, a “teoria” (a doutrina vinda do Pai e ensinada e praticada pelo Mestre), e do outro, “a respectiva prática” instruída por essa teoria. O exemplo do modo como o indivíduo e Mestre Jesus conduziu-se, mesmo diante da terrível repressão física e ideológica exercida contra ele, pelos teó0logos e sacerdotes. Neste sentido, o Mestre já havia ensinado:
“Aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as põe em prática é semelhante a um homem prudente, que edificou sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, vieram as enchentes, sopraram os ventos e investiram contra aquela casa: ela, porém, não caiu, porque estava edificada na rocha. Mas aquele que ouve as minhas palavras e não as põe em prática, é semelhante a um homem insensato, que construiu sua casa na areia. Caiu a chuva, vieram as enchentes, sopraram os ventos e investiram contra aquela casa, e ela caiu, e grande foi a sua ruína (os grifos em negrito são nossos)”. (Mt 7, 24-27)
Na ação simbólica ocorrida na Ceia, o Mestre se referiu, simbolicamente, às noções de “pão” e de “vinho”. Vejamos os significados desses símbolos. Pois, é a Unidade do quê esses dois símbolos representam, que o Mestre vivenciou e propôs, na Ceia, aos seus discípulos.
O “pão” simboliza, nas ações simbólicas praticadas na Nova Aliança (e no Novo Testamento ensinado pelo Mestre), as práticas em dois sentidos. Em primeiro lugar, as práticas pertinentes ao campo objetivo da conduta do indivíduo (ações sociais: conduta crítica e transformadora, fraternidade, justiça social, caridade, etc.). Em segundo lugar, as práticas pertinentes ao campo subjetivo da conduta individual. Por exemplo: o Mestre recomenda, como uma máxima, ao indivíduo, que este estimule, autoconsciente, diligentemente e de modo intenso, sentimento de amor ao próximo e a Deus (cf. Mt 22, 37-40); e conter sentimentos e valores de ordem odiosa, etc. Ambas as práticas estas instruídas pelo aspecto teórico da doutrina.
O “vinho” simboliza, na referida ação simbólica e na doutrina de Jesus, as instruções contidas no aspecto teórico dessa doutrina. Instruções estas que podem ser aplicáveis ou não, como práticas pertinentes aos dois campos (subjetivo e objetivo) do conjunto complexo de conduta individual. O Mestre censura o indivíduo que conhecer a doutrina, mas não a pratica. Em oposição a essa conduta hipócrita, ele propõe a Unidade, não-dualismo ou não-hipocrisia em tela. Por um lado, a doutrina (aspecto teórico) é aplicáveis nos fatores pertinentes ao campo subjetivo, ou seja, práticas ou ações diligentes exercidas pelo indivíduo sobre seus sentimentos, valores, cognição (entendimento, consciência, inteligibilidade, linhas lógicas de raciocínio, etc.), volição e propósitos. Por outro lado, o aspecto teórico da doutrina instrui e é aplicável também no campo objetivo (ações sociais) da conduta individual.
O Mestre pôs-se como exemplo. Isto é, como tipo ideal e referência, para os seus discípulos entenderem o significado simbólico tanto do “pão” como o do “vinho”, no contexto das ações simbólicas em tela. E, para seus discípulos seguirem o exemplo do Mestre, que iria levar a luta até ao limite, que é a glorificação do Pai, na glória do Filho. Com esse objetivo, o Mestre comparou o significado contido no símbolo “pão” com o significado contido no símbolo “corpo” (do próprio Jesus histórico). Ele comparou, também, o significado contido no símbolo “vinho” com o significado contido no símbolo “sangue” (do próprio Jesus histórico). Assim, a unidade do significado contido no símbolo “pão” com o significado do símbolo “vinho” está para o discípulo; assim como a unidade do significado contido no símbolo “corpo de Jesus” com o significado contido no símbolo “sangue de Jesus” está para o Mestre.
O “corpo de jesus” (do Jesus Histórico) representa o modo singular, como Jesus praticou as instruções contidas em sua doutrina, pertinentes aos seus dois campos do conjunto complexo de conduta individual. Por um lado, pertinente ao campo objetivo (as ações sociais) da sua conduta individual. Por exemplo: combater e desmascarar, através do embate de idéias e do exemplo prático, mas de modo sistemático e pacífico, todo tipo de ideólogo, visando libertar os indivíduos do jugo em que estes são mantidos pelos teólogos e sacerdotes, filósofos, cientificistas, feiticistas, etc.; assistir (motivado por amor intenso) o próximo em suas carências físicas e, sobretudo, culturais; mas combater e desmascarar, mantendo o modo pacifista radical de conduta objetiva, em favor do modelo de formação social fraterna, justa e igualitária, etc.[7] Por outro lado, o “corpo de Jesus” representa o modo singular como Jesus “praticou” as referidas instruções, pertinentes ao campo subjetivo da sua conduta.
O “sangue de Jesus” (do Jesus histórico) representa o modo sui generis, como Jesus vivenciava, elaborava, “criticava” e aplicava, as instruções contidas em sua doutrina, no seu campo subjetivo da conduta individual. Campo este motivador do campo objetivo da conduta individual, numa práxis efetivamente revolucionária, porque pacifista. Por exemplo, estimular e manter, autodiligentemente, intenso amor (e respectivos valores e demais fatores subjetivos) ao Pai e ao próximo como a si mesmo; conter sentimentos de ordem odiosa e respectivos valores; identificar, em foro íntimo, a natureza negativa das tentações, e rejeitá-las, etc. Desse modo, o Mestre administrava consciente e diligentemente os diversos fatores do campo subjetivo (motivador do campo objetivo) da conduta individual. Consequentemente, ele administrava as próprias ações ou práticas sociais, pois estas práticas ou ações sociais estão contidas no campo objetivo da conduta individual, mas são motivadas pelos fatores contidos no campo subjetivo desta conduta. O Mestre entrava, subjetivamente, em contato com o Pai, mas somente de modo individual e reservadamente, seja num recinto isolado de sua residência (Cf. Mt 6, 5-6), seja em área externa (Cf. Mt 26, 36-44).
Na Ceia, o Mestre partilhara o pão e o vinho, e os dera a cada indivíduo discípulo seu, para que este degustasse (provasse, mastigasse e assimilasse), simultaneamente, uma porção de “pão” e outra de “vinho”, que lhe coubessem. “Pão” e “vinho” cujos respectivos significados simbólicos explicamos acima. Deste modo, o Jesus Histórico representou sua condição de Mestre, enquanto indivíduo concebido como um conjunto complexo de conduta: corpo subjetivo motivador do corpo objetivo. Assim, o Mestre se apresentou, para cada discípulo seu, como exemplo ou referência, destacando dois aspectos:
O “meu corpo”. O Mestre representou na figura do “seu corpo” as suas sui generis práticas tanto subjetivas (exemplo: estimular, diligentemente, sentimentos de ordem amorosa e respectivos valores) como objetivas (Exemplo: as práticas paranormais e seus ditos, isto é, seus ensinamentos proferidos estando incluídos nessas práticas objetivas);
O “meu sangue”. O Jesus histórico representou na figura do “seu sangue”, a sui generis doutrina revolucionária por ele vivenciada, em seu campo subjetivo de conduta, desde a elaboração até a conclusão, no curso de sua vida e respectiva práxis revolucionária.
O Mestre pôs-se como referência e se dirigiu a cada um (indivíduo) dos seus discípulos, propondo o pacto da Unidade (ou não-separação, não-hipocrisia ou ainda, o antidualismo). Pacto da Unidade entre dois fatores. Um fator consiste na noção representada na figura do “pão”, tendo como referência a conduta prática ou objetiva do Mestre, que este representou na figura do “seu corpo”. O outro fator consiste na noção representada na figura do “vinho”, tendo como referência a conduta e respectiva doutrina vivenciada, subjetivamente, pelo Mestre, que este representou na figuras do “seu sangue”. Cada discípulo ao encenar, diante do Mestre, a aceitação das partes do pão e do vinho, que lhe foi oferecido, e, ao provar, mastigar e assimilá-los simultaneamente, então, protagonizou, na ação simbólica em tela, o papel social de discípulo, que aceitou os termos do pacto da Nova Aliança. Assim, este pacto foi selado.
Derramar o sangue da Nova Aliança. O pacto da Nova Aliança selado entre Deus e cada indivíduo, através do Filho, implicava, por um aspecto, em “derramar” (divulgar) e praticar, até ao limite das consequências mais adversas, a doutrina ensinada pelo Mestre. Esse pacto implicava, como possível consequência, por outro aspecto, em “derramar” (verter) o sangue do indivíduo que o cumprisse fielmente. Pois, a sina sanguinária dos sacerdotes poderia levar a isso. O Jesus Histórico e Filho de Deus foi o exemplo e o primeiro a propor e a cumprir o pacto, tanto no sentido de “derramá-lo” (divulgá-lo), como no sentido de “derramar” (verter) o seu sangue, diante de sina assassina dos teólogos e sacerdotes. O Mestre Jesus Histórico representou na figura do “seu sangue”, a doutrina por ele vivenciada, subjetivamente, em sua elaboração e conclusão, e propagação objetiva. Doutrina esta que ele ensinara às lideranças que preparara. Através destas lideranças, tal doutrina seria “derramada” (propagada) para todos os povos. Em decorrência dessa divulgação e respectiva prática, o sangue de muitos fiéis seguidores do Cordeiro de Deus seria “derramado” (vertido) pelos malditos sacerdotes aliados ás elites políticas e econômicas do Império Romano. Podemos nos referir, portanto, à doutrina da Nova Aliança, como Novo Testamento ou mesmo como (genuína) doutrina do Jesus Histórico. Mas, podemos nos referir a ela, também, como “o sangue de Jesus e dos seus fiéis seguidores derramado para a libertação dos indivíduos das garras ideológicas e assassinas dos teólogos e sacerdotes”. Vamos ao trecho em tela.
“Durante a refeição, Jesus tomou o pão, benzeu-o, partiu-o e o deu aos discípulos, dizendo: ‘tomai e comei, isto é meu corpo’. Tomou depois o cálice, rendeu graças e deu-lho, dizendo: ‘Bebei dele todos. Porque isto é meu sangue, o sangue da Nova Aliança, derramado por muitos homens em remissão dos pecados. Digo-vos: Doravante não beberei mais deste fruto da vinha até o dia em que o beberei de novo convosco no reino de meu Pai”. (Cf. Mt 26, 26-29).
É oportuno observar que o Mestre considera, a exemplo dele mesmo, que o corpo do indivíduo é, enquanto concebido como um conjunto complexo de conduta (campo subjetivo motivador dar campo objetivo), o único templo de Deus. Isto é, o único, lócus, “local” (ponto de referência) onde o Espírito de Deus reside e quer se manifestar. Jesus considera uma aberração e desaprova conceber o templo-edifício como lugar de oração. Ele considera a glorificação uma das maneiras do Espírito do Deus pai se manifestar no indivíduo, coroando, assim, a conduta pregressa desse indivíduo voltada para a justiça social. Isto foi esclarecido pelo Mestre, logo após ele haver expulsado ou cambistas e comerciantes que os teólogos e sacerdotes mantinham no templo, indignado com toda podridão que considerava consistir tanto o templo-edifício como os sacerdotes (Cf. Jo 2, 18-21):
“Perguntaram-lhe os judeus: ‘que sinal nos apresentas tu, para proceder deste modo?’ Respondeu-lhes Jesus: ‘Destruí vós este templo (o grifo é nosso), e eu o reerguerei em três dias’. Os judeus replicaram: ‘Em quarenta e seis anos foi edificado este templo, e tu hás de levantá-lo em três dias?!’ Mas ele falava do templo do seu corpo (o grifo é nosso)”.
O Mestre reiterou sua concepção de que o Espírito do Deus Pai deseja ser adorado, somente, no indivíduo, ou melhor, no “espírito” ou ruah, isto é, no campo subjetivo e motivador (do campo objetivo da conduta individual), e seus fatores subjetivos: sentimentos, valores, cognição, consciência, vontade, propósito, etc. [8] E, na “verdade” (campo objetivo da conduta), enfim, no conjunto complexo de conduta individual positivamente integrado. Jesus considera uma aberração e desaprova conceber o templo-edifício como lugar de oração. A referida reiteração ocorreu quando o Filho do Homem dialogava com a samaritana:
“Senhor, disse-lhe a mulher, vejo que és profeta!…’ Nossos pais adoraram neste monte, mas vós dizeis que é em Jerusalém que se deve adorar’. Jesus respondeu: ‘mulher, acredita-me, vem a hora em que não adorareis o Pai, nem neste monte nem em Jerusalém. Vós adorais o que não conheceis, nós adoramos o que conhecemos, porque a salvação vem dos judeus. Mas vem a hora, e já chegou, em que os verdadeiros adoradores hão de adorar o Pai em espírito e verdade, e são esses adoradores que o Pai deseja. Deus é espírito, e os seus adoradores devem adorá-lo em espírito e verdade’. Respondeu-lhe a mulher: ‘Sei que deve vir o Messias; quando, pois, vier, ele nos fará conhecer todas as coisas’. Disse-lhe Jesus: ‘Sou eu, quem fala contigo (os grifos em negrito são nossos)”. (Jo 4, 19-26).
João focalizou, assim como Mateus, mas em outro contesto e outros termos, a mesma analogia proposta pelo Mestre entre, de um lado, o significado contido no símbolo “pão” com o significado contido no símbolo “corpo de Jesus” tido como referência. Ele focalizou, também, a mesma analogia entre, de um lado, o significado contido no símbolo “vinho” com o significado contido no símbolo “sangue de Jesus” tido como referência.
João focalizou, ainda, semelhantemente a Mateus, a mesma analogia entre, de um lado, a unidade proposta pelo Mestre concernente ao significado contido no símbolo “pão” com o significado contido no símbolo “vinho”, e do outro lado, a unidade do significado contido no símbolo “corpo de Jesus” com o significado contido no símbolo “sangue de Jesus”. Em João, o Mestre alertou que o “pão” (= “ao corpo de Jesus”), isto é, as práticas atinentes aos campos subjetivo e objetivo da conduta individual deve ser “mastigado” e “comido” (assimilado, imitado e praticado) pelo discípulo, em Unidade com o “vinho” (= ao “sangue de Jesus”), ou seja, o aspecto teórico contendo instruções voltadas para as práticas atinentes tanto ao campo subjetivo como ao campo objetivo da conduta individual. Vejamos o João:
“Em verdade, em verdade vos digo: Quem crê em mim tem a vida (capacidade de autoconhecimento, autodiligência, e de consciência social crítica e transformadora) eterna. Eu sou o pão (exemplo de conduta objetiva autoconsciente, autodiligente etc. praticada com intenção instrutiva, que propicia desenvolver) da vida (capacidade de autoconhecimento, autodiligência, etc.) (…) Este é o pão (exemplo de conduta objetiva, etc.) que desceu do céu (conhecimento verdade do campo metasubjetivo) para que não morra (não permaneça no estado de alienação) todo aquele que dele comer (assimilar, ter como exemplo e imitar e praticar). Eu sou o pão vivo (exemplo prático, etc., de capacidade de autoconhecimento, autodiligência, etc.) que desci do céu. Quem comer deste pão (quem assimilar, imitar e praticar o meu exemplo prático, etc.) viverá (adquirirá capacidade de autoconhecimento, etc.) eternamente. E o pão que eu hei de dar é a minha carne (exemplo de conduta, etc.) para a salvação do mundo” (…) ‘Em verdade, em verdade vos digo: Se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós mesmos. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia. Pois a minha carne é verdadeiramente uma comida e meu sangue verdadeiramente uma bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. Assim como o meu Pai que me enviou vive, eu vivo pelo Pai, assim também aquele que come a minha carne, viverá por mim. Este é o pão que desceu do céu. Não como o maná que vossos pais comeram e morreram. Quem come deste pão vive eternamente”. (Jo 6, 47-51, 53-58).
- Vejamos o Pacto de sangue ou de morte. Este pacto consiste no “holocausto ou sacrifício perpétuo”. Pois, caberia a cada indivíduo que o aceitasse, levá-lo às últimas consequências, considerando-se que o evento Jesus Histórico consistiu, em primeiro lugar, numa luta radical empreendida pela “árvore da vida”, contra todos os tipos de ideólogos-serpente. Os quais são, a exemplo de “Caim”, assassinos por excelência. Luta esta voltada para libertar os indivíduos, os quais são mantidos, em todas as épocas e lugares, submissos aos ideólogos e às ideologias (cadeias das trevas) que estes inventam e inculcam naqueles.
- Finalmente, vejamos o Pacto de “vida”. A genuína doutrina ensinada pelo Mestre implica na prática do pacto da Unidade que tratamos no item terceiro. Essa prática propicia ao indivíduo desenvolver, aprimorar e constatar, por si mesmo, gradativamente, a referida doutrina. Este processo consiste, por outro aspecto, em o indivíduo sair do estado de alienação e adquirir “vida”. Ou seja, desenvolver autoconhecimento, capacidade de autodiligência e consciência social crítica e transformadora. Quando um indivíduo adquire essas capacidades, ele se sente impelido a celebrar, com o Pai, através do Mestre (metasubjetivamente), o pacto da Nova Aliança. O pacto de “vida” consiste em o indivíduo não negar a Jesus nem a “vida” que adquirira, isto é, a capacidade de autoconhecimento, de autodiligência e de consciência crítica e transformadora, voltada para a justiça social, e para o desenvolvimento do modelo de formação social igualitária, mais justa e fraterna. Capacidades estas que o indivíduo desenvolvera em si, à medida que assumira e praticara a Unidade proposta pelo Mestre. Não negar a Jesus e a “vida” corresponde, por outro aspecto, em preservar fidelidade a eles, a despeito das mais cruéis adversidades que os ideólogos e/ou os seus prepostos possam impor ao indivíduo, que aderiu ao pacto da Unidade. Neste sentido, chamamos, em suma, de vida-morte, esses dois últimos pactos acima indicados.
[1]. Cf. Burns, Edward Mcnall. História da Civilização Ocidental: dogma da eucaristia: sacramentado por volta de 1212, no Quarto Concílio de Latrão (p. 354-355); teólogos católicos: membros do poderoso bloco ideológico aliados aos senhores feudais e seus vassalos, que formavam o bloco hegemônico no modelo feudal de formação social, durante período os dois períodos da Idade Média (p. 316-317).
[2]. Cf. Fohrer, G. História da Religião de Israel, p. 286, 292, 294, 352. A Ação simbólica é própria dos profetas em geral, e em particular dos grandes profetas individuais israelitas. Ela consiste em procedimentos práticos, que expressam, por si só, significados, os quais são, em geral, acompanhados de discursos esclarecedores concernentes. O Jesus histórico foi o último e o mais importante desses grandes profetas individuais. Ele presidiu, na ceia, a ação simbólica do lava-pés e da partilha e assimilação do vinho com pão, junto com seus principais discípulos. Os quais estavam sendo preparados, para dar prosseguimento ao movimento revolucionário, que o pelo Mestre já havia desencadeado. Pois, Jesus sabia que os teólogos e sacerdotes estavam na iminência de obter a sua morte.
[3]. Cf. Fohrer, G. História da Religião de Israel, p. 286, 292, 294, 352.
[4]. Cf. Idem, p. 25-26.
[5]. Cf. Fohrer, G. História da Religião de Israel, p. 25-26. Cf.Schlaepfer, C. F.; Orofino, F. R.; Mazzarolo, I. A Bíblia: introdução historiográfica e literária. Ed. Vozes, Petrópolis, 2004, p. 37.
[6]. A escrita tipo hieroglífica foi traduzida, possivelmente, para o aramaico, e transmitida oralmente e assim preservada, escondido dos sacerdotes e levitas, por genuínos profetas. Posteriormente, em torno do período do cativeiro babilônico e durante a definição do Pentateuco, ela foi escrita de modo hermeticamente simbólico, e introduzida, como prólogo, no Pentateuco, na forma de uma simplória descrição da origem do mundo e da sociedade humana. Cf. ART. 13: Diretrizes teóricas e o modo de exposição da Teoria da História – Divisão social do trabalho sexual:
http://tribodossantos.blogspot.com.br/2013/03/diretrizes-teoricas-e-modo-de-exposicao.html
ART. 2: A Teoria da História e o indivíduo se rebelando e dominando os quatro “monstros gigantes” da era atual http://tribodossantos.blogspot.com.br/2013/01/a-teoria-da-historia-e-o-individuo-se.html
ART. 3: História em tempo muito longo e a “Tribo dos Santos – O nascimento de Noé e a parousia na genealogia de Adão”:
http://tribodossantos.blogspot.com.br/2013/01/historia-em-tempo-muito-longo-e-tribo.html
[7]. O pacifismo ativo e radical trata-se de estratégia fundamental de luta. Ou seja, o único meio eficaz e indispensável de combate a todo tipo de dualismo, sobremodo aqueles que induzem conflitos físicos, entre indivíduos, e também entre grupos sociais, etc.
[8]. Cf. Fohrer, Georg. História da Religião de Israel, Edições Paulinas, SP, 1993, p. 204, 262-263: “Por um lado, o que faz do fraco e transitório homem de pó um ser vivente é a divina energia vitalizadora que lhe é dada como respiração (nesam) ou espírito (ruah). Sem respiração ou espírito, não há vida e, portanto, não há emoções, sensações ou sentimentos. Além da alma, vários órgãos são identificados como o locus dos estados mentais: o coração, como órgão do pensamento e sentimento, que recebe impressões, forma planos, desperta coragem e vontade, e desenvolve a compreensão religiosa; também os rins, o fígado e os intestinos, como qualquer parte do antigo Oriente Médio”.