A emergência do Ungido de Deus indicada na teoria da genealogia de Adão

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No templo Jesus - Cópia - Cópia Livro: O DILÚVIO – Na cronologia da realidade sócio-histórica pré e pós-diluviana interpretada pela cronologia da teoria da genealogia de Adão – LINHA DO TEMPO (Art. 9, Cap. I, 7.; 7.1.;7.2., p. 36-40) www.tribodossantos.com.br

  1. A emergência do Escolhido na genealogia de Adão: o autor focaliza, ainda, os dois distintos períodos e respectivos membros da genealogia de Adão, nos quais “Deus Conosco andou”, isto é, os dois distintos períodos nos quais o Mestre e Escolhido do Deus Criador emergiu (Gn 5, 21, 24):
  1. 1. A emergência do Escolhido na etapa Henoc, na era pré-diluviana: (Gn 5, 21-24) “Henoc viveu sessenta e cinco anos e gerou Matusalém. Após o nascimento de Matusalém, Henoc andou com Deus durante trezentos anos (o grifo é nosso), e gerou filhos e filhas. A duração total da vida de Henoc foi de trezentos e sessenta e cinco anos. Henoc andou com Deus e desapareceu porque Deus o levou (o grifo é nosso)”.

          Nos termos acima, a teoria indica um momento logo após o 65º anos de vida de Henoc (sexta escala imperial de expansão do Grande Mercado). Isto é, ela indica um momento imediatamente após ao nascimento de Matusalém (regime feudal, sétima etapa do grande mercado) como sendo o momento que Deus Conosco (Emanuel: o Escolhido) “andou”, ou seja, o “Sol” emergiu e desencadeou seu movimento social (modelo revolucionário de formação social justa, horizontal, igualitária, fraternal e radicalmente pacifista). Movimento social este que perdurou os 300 anos restantes da vida decadente de Henoc.

         O signo Henoc (o segundo Henoc: Gn 5, 18) representa, na teoria da genealogia de Adão aplicada à era pré-diluviana, a sexta escala imperial de expansão do grande mercado. Henoc representa, portanto, a Sexta Dinastia egípcia. Isto implica dizer que Emanuel o Escolhido do Altíssimo emergiu no contexto correspondente ao período de transição da fase final da VI Dinastia e respectiva fase chamada Antigo Império, para o período chamado Idade Feudal egípcia ou Primeiro Período Intermediário. Pois, a Idade Feudal é representada, na teoria em tela, no signo Matusalém. Esse Escolhido combateu, certamente, e até as últimas consequências, os ideólogos e as religiões destes e respectivos aliados que atuavam nas esferas da direção política e econômica. Ele combatera essas elites, visando libertar os indivíduos do estado de alienação, submissão física e ideológica, e exploração econômica, em que esses indivíduos eram mantidos por tais elites. Em razão disto, o Escolhido cumpriu o holocausto perpétuo – “e Deus o levou”ou seja, foi morto em decorrência de decisão tomada por sacerdotes ou por instigação feita por estes. Assim como, os sacerdotes (fariseus; saduceus; e os teólogos judeus, isto é, os escribas) foram os autores intelectuais da morte de Jesus. Mas, o movimento social revolucionário desencadeado pelo Escolhido e prosseguido por seus fiéis discípulos, resistiu ainda por cerca dos trezentos anos de decadência de Henoc (VI Dinastia). Esse movimento revolucionário apresentava, certamente, os caracteres de igualitarismo, fraternidade e pacifismo radical.

   O signo Henoc representa, na teoria da história aplicada à era pós-diluviana ou Pós-II Período Intermediário, a sexta escala imperial desta era, ou seja, o Império Romano. Cujas cinco escalas precedentes Foram: 1ª. Set: Novo Império egípcio; 2ª. Enos: Império Assírio; 3ª. Cainan: Império Babilônico Caldeu; 4ª. Malaleel: Império Persa; 5ª. Jared: Império Helenístico ou Macedônico.
O Filho do Homem e Escolhido do Altíssimo emergiu, também, na sexta escala imperial, isto é, no contexto do Império Romano. De certa forma, ele emergiu no período de passagem da sexta escala imperial do processo de expansão do grande mercado (Henoc), para a sétima etapa desse processo. Sétima etapa esta representada no signo Matusalém, que foi o período chamado Idade das Trevas ou Idade Média. O qual consistiu no regime feudal que se desenvolveu na Europa Ocidental, e no qual o clero da Igreja detinha grande poder cultural.
Notem, entretanto, que o Escolhido emergiu não em Roma nem em outras nações consideradas “desenvolvidas” àquela época, a exemplo da Grécia, Egito, Pérsia, etc. Ele emergiu no contexto do Império Romano, mas numa nação “periférica”, isto é, na Palestina, e entre os israelitas. Este fenômeno sócio-histórico consiste numa tipologia, a qual sugere uma localização social para a emergência do Escolhido pré-diluviano, no contexto da Sexta Dinastia egípcia. Ele não teria emergido em Mênfis e tão pouco em outro nomo ou província poderosa, a exemplo de Tebas. Mas, sim, no seio de trabalhadores pobres submissos a uma nomarquia subordinada e explorada pela que estava centralizada em Mênfis. É possível que o Escolhido tenha emergido no seio de alguma nação estrangeira dominada pelos egípcios, a exemplo daquelas que viviam nos arredores do maciço do Sinai ou em parte da Núbia. A mitologia egípcia apresenta, certamente, indícios da realidade histórica pertinente ao Escolhido, que emergiu no contesto sócio-histórico do Henoc pré-diluviano, isto é, a VI Dinastia. Seria oportuno investigá-la nesse sentido.

          O Osíris Histórico pode ter sido o Escolhido. Outra comparação tipológica pode nos ajudar no sentido acima indicado. Podemos comparar, de um lado, o sentido da vida (julgar os mortos) de Osíris, que os teólogos e sacerdotes do Antigo Egito deixaram indicado nas pinturas e textos pertinentes, e do outro lado, o sentido da vida (julgar os mortos) do Jesus Histórico, que Paulo de Tarso o Anticristo e seus sucessores (os sacerdotes católicos, ortodoxos, protestantes, evangélicos, etc.) redimensionaram e deixaram inculcado no pseudocristianismo.

          É provável que o Osíris Histórico tenha sido um profeta revolucionário da dimensão (Ungido de Deus) do Jesus Histórico. Profeta revolucionário esse que emergira e teria atuado no sentido de transformar o modelo injusto e perverso da realidade social do Antigo Egito. Ou seja, transformar a realidade social que lhe era contemporânea, no período final da VI Dinastia (Henoc) e do respectivo Antigo Império. O Osíris Histórico dotado dessa postura revolucionária teria sido assassinado por sacerdotes, e estes adulteraram o sentido revolucionário da sua vida, forjando a figura do Osíris voltado par julgar os mortos, que esses sacerdotes deixaram registrada. Senão, vejamos.

          Paulo de Tarso o Anticristo e seus sucessores adulteraram o sentido revolucionário da vida do Jesus Histórico. Sentido revolucionário este voltada para a transformação da realidade social injusta e violenta, que lhe era contemporânea. Paulo de Tarso o Anticristo (e seus sucessores) aplicou a estratégia ideológica contra-revolucionária, que consistiu, em suma, em “pregar na cruz” o referido sentido revolucionário. Assim, o Anticristo adulterou e deslocou o centro da gravidade de toda existência real do Jesus Histórico revolucionário, para depois da existência, reduzindo-a apenas à condição de julgar, no além, as condutas dos homens na terra. Neste sentido, Nietzsche esclarece:[1]

         “Paulo deslocou o centro de gravidade de toda existência para depois da existência. Na realidade ele não tinha necessidade alguma da vida do Redentor, precisou da morte na cruz e de algo mais… Considerar sincero um Paulus que tem como pátria a sede principal do iluminismo estóico e que usa uma alucinação para demonstrar que o Redentor ainda vive, ou acreditar que tenha sofrido essa alucinação, seria uma verdadeira patetice de psicólogo: Paulo desejava o fim, portanto também os meios… No que ele próprio não acreditava, acreditaram os idiotas que se submeteram à sua doutrina. O que ele queria era o poder, e através dele os sacerdotes retornaram ao poder; Paulo só precisava das ideias, das doutrinas, dos símbolos para tiranizar as massas, transformá-las em rebanhos. Em que foi que Maomé plagiou mais tarde o cristianismo? (os grifos em negrito são nossos)

         Jesus conhecia muito bem a estratégia ideológica (articulada a procedimentos práticos) aplica de modo usual e propriamente por teólogos e sacerdotes. Estratégia esta que consiste em calar, matando, as denúncias e críticas que os profetas desfecham contra a podridão sacerdotal. Depois, essa mesma podridão adultera invertendo o sentido original da vida e respectivas críticas dos profetas, que tal podridão matara. Assim, a podridão sacerdotal passa a elogiar, efusivamente, tais profetas, e se servem do forte carisma, que estes deixam inculcado na lembrança das pessoas. Neste sentido, o Mestre ensinou:

          “Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Edificais sepulcros aos profetas, adornais os monumentos dos justos, e dizeis: Se tivéssemos vivido no tempo de nossos pais, não teríamos manchado nossas mãos como eles no sangue dos profetas… ‘Testemunhais assim contra vós mesmos que sois de fato os filhos dos assassinos dos profetas. Acabai, pois, de encher a medida de vossos pais! Serpentes! Raça de víboras! Como escapareis do castigo do inferno? Vede, eu vos envio profetas, sábios, doutores. Matareis e crucificareis uns e açoitareis outros nas vossas sinagogas. Persegui-lo-eis de cidade em cidade, para que caia sobre vós todo sangue inocente derramado sobre a terra...” (Mt 23, 29-35-a)

  1. 2. A emergência do Escolhido na etapa Noé: (Gn 6, 8-9) “Noé encontrou, entretanto, graça aos olhos do Senhor (o grifo é nosso). Esta é a história de Noé. Noé era um homem justo e perfeito no meio dos homens de sua geração. Ele andava com Deus (o grifo é nosso). Noé teve três filhos: Sem, Cam e Jafet”.

         Notem que o autor da teoria da genealogia de Adão aplicou a mesma fórmula (ele, Noé) “andava com Deus”, aplicada anteriormente (Gn 5, 22-24). Desse modo, ele quis indicar que a emergência do Sol, isto é, o Deus Conosco (Emanuel) ocorrida na etapa “Henoc” (sexta escala imperial), tornaria ocorrer na etapa “Noé” (fase de regressão do Grande Mercado Global) da genealogia de Adão. Notem, ainda, que o autor repetiu a formula (Noé) “andava com Deus” e imediatamente após, ele repetiu, também: “Noé teve três filhos: Sem, Cam Jafet”. Desse modo, ele pretendeu indicar, parece, que a emergência do Escolhido teria ocorrido em algum momento antes de Noé iniciar o processo de fragmentação tripartite do Grande Mercado Global. Melquisedec pode ter sido o Escolhido do Altíssimo, que emergira no contexto Noé pré-diluviano.

          Nas décadas 70-80 do século passado, adentramos na era Noé de regressão do Grande Mercado Global pós-diluviano. Assim, o presente contexto prenuncia a aproximação da nova emergência do Escolhido, que ocorrerá, com certeza, na presente fase Noé.

[1] Nietzsche, F. w. O Anticristo – Maldição do cristianismo, Col. Clássicos Econômicos Newton, Editor Int. D. E. L. International Publishers ltd. Editor para Brasil: Newton Copton Brasil ltda., Rio de Janeiro, 1996, Item 41, p. 42-43.